1+3 | Os Líderes de Hoje
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Fotografia da minha autoria |
«Liderar não é impor, mas despertar nos outros a vontade de fazer»
Transparência. É o que associo e o que espero de alguém que assuma um cargo de liderança - por mais minoritário que seja. A pressão é constante e a exigência manifesta-se em dois sentidos: de dentro para fora e de fora para dentro. No entanto, em momento algum, isso poderá ser justificação para uma perda de valores, que deveriam ser inatos e transversais a qualquer circunstância. Porque um líder pode cair - como humano que é -, mas nunca deverá quebrar a sua essência.
Sinto que, atualmente, há um desfile de vaidades. Os propósitos são esquecidos, porque o importante é a exposição desmedida. As causas significativas são relegadas para segundo plano, uma vez que o foco é a imagem. E é impressionante a quantidade de promessas inconsequentes e ignoradas, na medida em que não eram a razão primordial. Eram, somente, um meio ilusório para atingir um final pouco ortodoxo e digno. E isso não é só triste, é também uma amostra da pobreza de espírito que move certas figuras - públicas ou anónimas, dependendo do grau de responsabilidade e do setor em que se encontram. O desejo de poder cega, sobretudo, quando as pessoas não estão bem resolvidas e, claramente, não têm noção da gravidade dos seus atos e do impacto nefasto que estes podem exercer sobre um grupo, uma sociedade, um país. Liderar não é criar uma montra de egos. Mas, atenção, também não pode significar uma anulação da personalidade do candidato. Liderar é, portanto, saber valer o que somos, atendendo a um bem maior; a um interesse comum a toda a comunidade.
Há, igualmente, uma forte pressão para que os altos cargos sejam atribuídos às designadas minorias, o que não me parece correto. E tenho esta perceção por uma razão muito simples: fazê-lo só porque, aparentemente, representam a parte menos numerosa é descredibilizá-las. É retirar-lhes, indiretamente, todo o mérito que possam ter e que as levaria a exercer funções desta magnitude com a mesma qualidade se não tivesse um rótulo associado. Pode existir um desfasamento quantitativo e, em consequência, uma certa relutância e hostilidade - algo que sabemos que ainda acontece -, mas isso não é, nem nunca poderá ser, um indicativo de competências pessoais. Assim, a ocupação de um lugar de liderança, seja ele na política ou noutra área, tem que ser isenta de estímulos desestabilizadores, e que em nada contribuem para garantir uma gestão equilibrada e inteligente dos mesmos, para que se alcancem os melhores resultados possíveis. A criação de oportunidades, essa sim, deve priorizar a equidade, independentemente de géneros, nacionalidades, raças, cores de pele, orientações sexuais e nomes. Porque aquilo que se deve ter em conta é as características, os conhecimentos e as aptidões da pessoa. Tudo o resto é secundário.
Uma boa liderança passa - e muito - por essa valorização. Por essa igualdade de tratamento, pois estamos ao mesmo nível [deveríamos, pelo menos]. Numa perspetiva que me afeta com maior proximidade, orgulha-me que existam mais mulheres a representar-nos. Porém, confesso, o apreço é bem maior quando sei que o seu espaço foi conquistado com todo o mérito, porque foi desenvolvido um trabalho irrepreensível. Logo, retorno a uma ideia anterior para reforçar que abrir portas a uma chefia feminina [e não só] apenas porque se pretende camuflar mentalidades pequenas e/ou porque se pretende, de algum modo, recompensar anos de desigualdade não é o caminho, até porque essa postura nem apaga o passado, nem erradica as raízes do problema-base. Nem sempre uma figura masculina é a mais indicada para determinada posição. E o mesmo acontece com as mulheres. Porque não é o nosso género que nos define. É a nossa sensibilidade. O nosso compromisso. O nosso bom senso. E, claro, a nossa verdade. É isso que torna alguém num excelente líder - isso e o facto de não perder a humildade.
A linha é sempre ténue. Apesar de tudo, reconheço algumas melhorias. Mas ainda falta um desapego maior do umbiguismo, perpetuado por certas individualidades, que são a cara de um povo [mesmo que não na sua totalidade]. É fundamental lembrar que elas são o nosso presente e a consequência do nosso futuro. Por essa razão, acho necessário intervir. Reformular. Exigir. E votar com mais consciência, principalmente, porque os líderes de hoje caminham sobre o tapete que lhes estendemos. Nesta divisão de responsabilidades, enquanto membro ativo da sociedade, tenho a obrigação de eleger o melhor representante, aquele que tenha o coração no lugar certo e um sentido de assertividade perante situações desafiantes e adversas. Enquanto líder, a pessoa deve ser o farol que nos ilumina na escuridão e que nos impede de afogar num mar revolto; deve ser a âncora que nos transmite uma sensação de pertença e de casa, mas sem nos manter presos a ideologias que nos façam regredir. O líder é a voz de comando. Sem imposições. Sem superioridade. Sem sede de dominar. É um de nós. Com critérios. Com exigências. Com empatia. E com a noção clara de que faz parte de uma equipa.
Identidade. Perseverança. Genuinidade. Talvez sejam características em falta, mas acredito que podemos caminhar para que esta seja a realidade de todos os líderes - nos de hoje parecem adormecidas. Mas há sempre esperança no amanhã.
[Publicação inserida no desafio 1+3]
Parece-me que há lideres que assumem determinados cargos para gerirem os seus próprios interesses...
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Infelizmente a nível mundial estamos a ficar sem verdadeiros lideres, o mundo está cheio de oportunistas vaidosos e incultos.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Concordo com a Isa Sá:))
ResponderEliminarBom dia
Hoje: O teu odor de Galanteador
Bjos
Votos de uma óptima Segunda - Feira.
Durante os anos em que trabalhei apanhei de tudo... infelizmente existem mais chefes do que líderes. Há mais gente a gostar de mandar do que liderar. E sim, neste momento estou preocupada com a situação a nível mundial pois existe uma grande lacuna de líder bons líderes nos governos de muitos países. Eu neste momento não me identifico com nenhuma pessoa capaz de governar seja o Uk, seja Portugal, seja o Brasil ou os EUA... espero que seja uma fase e que os humanos melhorem a nivel de caracter e que tudo volte a ter bom senso.
ResponderEliminarBjinhosss e boa semana*
https://matildeferreira.co.uk
Oi, Andreia!
ResponderEliminarGosto dos seus textos... Reflexão interessante e atual...
Abraços, Cris
É uma infeliz verdade... Adoro que as pessoas escrevam acerca deste assunto, sem medo!
ResponderEliminarBeijinhos,
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Olá Querida,
ResponderEliminarTudo bem?
Adorei dos seus textos!
Beijinhos Karina
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Muito obrigada :)
EliminarA liderança anda toda ao contrário.
ResponderEliminarEm várias situações isso se manifesta, não só na política, não só na sociedade, mas de um modo geral, perdeu-se a humildade, o saber estar e o lembrar de onde é que se vem.
Esta-se a perder os valores.
É triste.
Beijinhos
Sandra C.
bluestrass.blogspot com
Olá, um líder não se auto-nomeia, nasce naturalmente, sabe ouvir e evitar o problema antes de este aparecer.
ResponderEliminarAndreia é uma verdadeira lidar da fotografia, consegue captara maravilhosamente.
Feliz semana,
AG
Realmente é mesmo verdade, gostei bastante de ler a tua partilha
ResponderEliminarBeijinhos
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Este texto fez-me lembrar a ideia com que fiquei das praxes, os ditos doutores só pretendem praxar para mostrar estatuto e vaidade e se sentirem superiores relativamente aos caloiros. Não acho normal que um doutor ande uma semana atrás de um caloiro para o obrigar a assinar um papel anti-praxe, como aconteceu comigo. As associações de estudantes deviam ser como as da Universidade de Coimbra e da Universidade do Porto, lutarem pelos direitos dos alunos, não é só para praxar, fazer jantares e beber copos. A liderança mudou muito.
ResponderEliminarBeijinho grande!
Faço minhas as tuas palavras!
ResponderEliminarBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Infelizmente em muitos casos são lideres para seus próprios interesses.
ResponderEliminarGostei do texto.
Bjs
Hoje em dia há poucos líderes que resistam à competição com os "xicos espertos". O mundo está a afundar-se porque os pretensos líderes lideram apenas a sua ganância pelo poder.
ResponderEliminarA nossa sorte é que isto (segundo estudos recentes) só dura mais 21 anos. E quando acabar, acaba para todos. eheheh
Adorei a tua publicação sobre os líderes de hoje querida! É fácil mandar e ser patrão, mas ser um bom líder? É um trabalho constante e é importante saber fazê-lo!
ResponderEliminarBeijinho, Ana Rita*
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E como se costuma dizer, a esperança é sempre a última a morrer. Mas se queres que te diga e não será para o meu "tempo" a nível mundial, Jamais alguém irá ter força para impedir esses malucos que andam para aí a cometer atentados. Um dia, eles serão donos do mundo e aí todos serão iguais a eles.
ResponderEliminarBeijinhos linda.
O lideres de hoje em dia têm tanto que se lhe diga!
ResponderEliminarRêtro Vintage Maggie | Facebook | Instagram
maravilhoso seu texto, ainda mais pq reflete nosso momento de eleições por aqui com tanta falta de bons lideres como gostariamos
ResponderEliminarwww.tofucolorido.com.br
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É mesmo, meu bem... e talvez por isso me tenha custado tanto, tanto a sair :( Mas pronto, pelo menos há esperança de eu voltar no Natal!
ResponderEliminarO que muita gente - que tem cargos de alta responsabilidade a nível de gestão de tarefas, não sabe -, é que, efetivamente, existe uma enorme diferença entre "mandar" e "liderar". A primeira, na grande maioria das vezes, faz com que a equipa se torne frustrada, ao passo que a segunda, vai motivá-los e fará com que os mesmo trabalhem em prole de um objetivo. Só é de lamentar que esteja tão confuso na cabeça das pessoas!
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Eu gosto destes temas, gostei muito da tua abordagem e como me importa tanto saber o que pensam as pessoas acerca disto, li todos os comentários e não posso acrescentar nada q não tenha sido dito. Mas ainda bem que concordamos todos contigo.
ResponderEliminarA ganância estraga o mundo. Enquanto houver ganância haverá sempre pessoas que querem ser mais, ter mais... Não importa como. Depois, hipocritamente, criticam os regimes fascistas e ditadores... Tem que haver humanidade e respeito, principalmente...
Beijinho grande
Como referiram algures em cima, há uma diferença entre "mandar" e "liderar". Muita gente não percebe isso e é o que faz com que se trabalhe melhor ou pior. Porque quando há bons líderes as coisas correm bem, trabalham todos e existe uma maior harmonia. Mas quando as pessoas se armam em chefes e em donos de toda a razão e sabedoria, aí tem tudo para correr mal. E lá está, é isto que falha nos dias de hoje. Porque todos querem mandar e ninguém quer dar a cara com os outros tanto para o bem como para o mal. É o egoísmo e a ganância a fazerem-se sentir.
ResponderEliminar"Porque um líder pode cair - como humano que é -, mas nunca deverá quebrar a sua essência." na minha opinião, quando um líder quebra a sua essência e põe certos valores em causa, é porque na verdade não é um líder.
Excelente pulicação como sempre e concordo muito, já sabes.