<b>MOLESKINE | O MELHOR DE NOVEMBRO</b>

dezembro 02, 2019

MOLESKINE | O MELHOR DE NOVEMBRO

Fotografia da minha autoria

«A vida é feita de momentos colecionáveis»

Novembro. Mês cultural. De muitas celebrações. E um preparativo para a época emocional e mágica que se avizinha. Contrariamente aos últimos anos, foi, também, o período destinado para tratar das prendas de Natal, evitando confusões e frustrações de última hora. É uma prática cá de casa cuidar deste assunto com antecedência, mas, desta vez, superamo-nos. E fiquei mesmo satisfeita com as escolhas que fizemos. Excluindo esta dinâmica, o penúltimo capítulo de 2019 foi bastante tranquilo. Caseiro. E familiar. Para o fechar em beleza, só podia ter abraçado um programa pelas ruas da minha eterna cidade Invicta.

Aniversários: Novembro é um dos meses em que conheço mais pessoas a fazer anos. E três delas são parte da minha identidade: o meu afilhado, a minha comadre e a minha gémea. No meio de tantas festas, o coração sentiu-se aconchegado por comemorar mais um ano da vida daqueles que me são tanto. Só espero que todos os desejos que pediram, após soprarem as velas, se realizem. Porque merecem o melhor. E eu estarei aqui, deste lado da margem, para contribuir nesse sentido. Houve muito amor a ser partilhado. Muitos reencontros. Muitos sorrisos. Por isso, não faria sentido estar noutro lugar que não perto de cada um deles. Que haja sempre uma luz a guiar os seus caminhos.

Caramel Macchiato: Pedro Teixeira da Mota regressou ao Porto para apresentar o seu segundo solo. Queria ter ido a uma das datas de outubro, porém, como os bilhetes esgotaram num estalar de dedos, não foi possível. Apesar disso, e tendo em conta que continuaria a ser uma bela prenda de aniversário para a minha afilhada, aguardei mais um pouco e aproveitei a oportunidade que surgiu este mês. No dia 12, rumamos até ao Teatro Sá da Bandeira. E deixamo-nos cativar. Porque Caramel Macchiato espelha crescimento. Maturidade. E superou todas as nossas expectativas. Com uma dinâmica fluída, que até teve direito a um momento musical, o humorista arrasou naquela sala tão carismática. E provou, novamente, o porquê de ter tantas datas esgotadas: porque chegou para marcar o futuro da comédia em Portugal.

701 seguidores n' As gavetas: Não me iludo, até porque tenho plena consciência de que este número não transparece a realidade das interações. No entanto, achei graça à conjugação de algarismos, pois consigo brincar com eles e formar dígitos que me dizem muito - o sete e o 71. Em simultâneo, não posso não me sentir grata por ver mais pessoas a chegarem a esta casa, com clara intenção de permanecer por cá. A todos vocês que caminham comigo, obrigada ♥

As Luzes da Cidade: Fui despedir-me de novembro com um programa especial. Dividindo a aventura com a minha melhor amiga, combinamos um lanche na Miss Pavlova. Mas, antes, ainda tivemos tempo de assistir ao concerto do Agir, da Ana Bacalhau, do Matay e da Irma na Avenida dos Aliados. São quatro vozes distintas e poderosas, com uma energia contagiante, proporcionando um momento inesquecível. No final, acompanhamos a inauguração das luzes de Natal, com um espetáculo mágico. E que bonito foi ver a avenida cheia, a partilhar este ambiente natalício, colorindo o retrato que se estava a construir.

A minha missão de descobrir toda a saga de Harry Potter permanece inquebrável e com um bom ritmo. O meu Porto, embora ative todos os meus nervos, tem demonstrado que não desistiu de lutar. E, por fim, mas não menos importante, voltei à escrita de cartas/postais.

Contos da Cidade das Pontes // José António Gomes [org.]: Esta coletânea de textos convida-nos a conhecer o Porto - turístico e familiar -, revisitando a Ribeira, o Morro da Penaventosa, a Torre dos Clérigos, a Praça da Liberdade, a Fontinha, a Praça da República, o Velho Bazar dos Três Vinténs, o Jardim de S. Lázaro, a Rua de Santos Pousada, a Biblioteca e o Castelo do Queijo, com o mar num plano paralelo. Em cada página sentimos, então, o pulsar da Invicta, «embrenhando-nos nas ruas e vielas» [Uma Dúzia de Livros // Novembro].

Não se Encontra o que se Procura // Miguel Sousa Tavares: Esta obra alterna narrativas, memórias, viagens e entradas de diário, transmitindo a pluralidade que reveste a nossa vida. Num dialeto que é tão próprio do autor, sinto que o traço de contador de histórias, para além de evidente, é de uma inspiração inigualável, uma vez que, com um olhar atento e com uma linguagem quase poética [ainda que simples] -, transporta-nos para os contextos que pretende destacar, mesmo que nos sejam desconhecidos [The Bibliophile Club // Novembro].

A Que Sabe a Lua? // Michael Grejniec: Aproveitei a Feira do Livro para adquirir um dos meus livros infantis favoritos, pois tem uma história incrível, com uma mensagem que é uma autêntica inspiração. Lê-se num piscar de olhos, mas o diálogo entre o texto e as ilustrações marca-nos para sempre, pois transborda valores fulcrais para a nossa identidade e para a convivência em sociedade.

O Que Diz Molero // Dinis Machado: Estava muito expectante em relação à sua premissa, pois tinha tudo para me conquistar. No entanto, confesso, tive muita dificuldade em conseguir relacionar-me com a obra. Porque senti a narrativa confusa e, em certas partes, desconexa, desviando-se daquilo que, para mim, seria o tema central.

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban // J. K. Rowling: É precoce definir este volume como o meu favorito, atendendo a que ainda me faltam alguns para concluir a saga. Mas a verdade é que, até agora, foi o que me emocionou mais. A ligação entre Potter, Ron e Hermione está cada vez mais bonita. E a própria intensidade dos acontecimentos é mais profunda e desarmante. Além disso, posso ou não ter chorado com a carta de Sirius [é óbvio que chorei], tão terna. Continuo a ser surpreendida por todo este universo. E não quero parar.

O Homem que Perseguia a sua Sombra // David Lagercrantz: Abracei esta leitura muito mais confiante, uma vez que percebi que o sucessor de Stieg Larsson soube respeitar o que a Millennium tinha - e tem - de único. Embora sinta que a narrativa privilegiou o mesmo traço inquietante, viciante, subsistindo num tema forte, o ritmo não deixou de se apresentar um tanto morno. Faltou-me mais Salander e mais urgência no desenrolar da ação. Porém, proporcionou-me momentos de enorme angustia. Ainda assim, reconheço que teria mais impacto se a abordagem assumisse um tom mais visceral. E dramático.

Vai Tudo Correr Mal // Joana Marques: É uma leitura descomplicada, cómica, que nos permite relaxar, pois o toque irónico da autora é fascinante. Dissertando sobre vários pontos referentes aos livros de auto-ajuda, é certo que coloca muita coisa em perspetiva, alertando-nos, subtilmente [ou não], para aquilo que nos tentam impingir como milagroso. Nesta espécie de manual, não há paninhos quentes.

As Minhas Aventuras na República Portuguesa // Miguel Esteves Cardoso: A minha estante ficou mais composta quando, há uns meses, aproveitei uma promoção nas obras do meu escritor favorito. Depois de algum tempo desencontrados, soube-me pela vida voltar às suas crónicas, ao seu sarcasmo, à sua visão particular sobre o mundo. E, neste caso em concreto, sobre Portugal e os Portugueses. Nunca desilude.

Harry Potter e o Cálice de Fogo // J. K. Rowling: Fui incapaz de resistir, portanto, concluí novembro com o quarto volume desta saga incrível. E, bem, que ansiedade. Que sufoco. Que genialidade. É impressionante como o enredo nos envolve com facilidade, transportando-nos para o centro dos acontecimentos. Em simultâneo, se duvidas existissem, é percetível que nada do que se passa em Hogwarts é inocente, um mero acaso. E quando pensamos ter descoberto o passo seguinte, constatamos que não poderíamos estar mais longe da verdade.

Novembro é o mês das séries por excelência, tendo em conta que muitas das que sigo regressam, por esta altura, ao ecrã, dividindo-se entre AXN, AXN White e Fox Life. Apesar de me ter despedido de Sul - que produção brilhante! -, abri as portas para acolher as novas temporadas de Arrow e de S.W.A.T - Força de Intervenção.

O Meu Pequeno Príncipe: Há doze anos, quando peguei em ti pela primeira vez, não tinha noção de que há amores que aprendemos a cuidar fora do peito. Que há medos - talvez - irracionais, que nos assaltam a paz nas ocasiões menos apropriadas. E que o nosso sentido de proteção se ativa a um nível desproporcional e impossível de definir, porque temos outra vida para além de quem somos. Mas é este compromisso que nos permite transbordar. De afeto. De luz. De sorrisos.

A Minha Estante | Livros Por Ler: Neste processo desafiante de selecionar os títulos dos quais não abdicaria, resolvi voltar atrás e verificar quantos livros tenho por ler. Graças aos clubes de leitura Uma Dúzia de Livros e The Bibliophile Club, consegui que o número não fosse tão extenso, uma vez que procurei responder aos temas partindo das opções existentes cá em casa, encontrando, assim, o pretexto certo - e o impulso que faltava - para me aventurar nessas histórias.

Storyteller Dice // 3:40 am: O telemóvel suspirou um sinal leve, uma vibração quase inaudível, mas que foi suficiente para me acordar - acho que os nossos sentidos estão sempre em sobreaviso, detetando o que nos espera. Olhei para o relógio, antes de ler a mensagem, e a hora não poderia ser mais esclarecedora. Os ponteiros marcavam as 3h40. E isso só implicava um cenário: tu. Não havia outra alternativa. E, ao conferir o que aparecia no visor, confirmei a minha suspeita.

TBC | À Boleia Com...: O interior de um livro é um portal aberto para deambularmos por locais que nos despertam curiosidade ou, até, um certo fascínio. Porque «viajar é olhar». E é, também, ler o que os outros têm para partilhar. E Miguel Sousa Tavares é um verdadeiro contador de histórias, fazendo-nos caminhar ao seu lado. Simultaneamente, mais do que enumerar os pontos turísticos, descreve a alma de cada sítio, convidando-nos para uma exploração intensa.

Sintra: Um Conto de Fadas: A paisagem envolvente parece ter saído de um conto de fadas. Porque há cenários deslumbrantes, que materializam os espaços das nossas histórias favoritas. E, mesmo que nenhuma reflita o local em que nos encontramos, é o traço de fantasia que alimenta a nossa imaginação. Sem ter sangue de realeza, senti-me uma autêntica princesa a deambular entre Parques e Palácios.

República dos Cachorros: A tradição do cachorro portuense foi uma agradável surpresa. No dia em que fomos assistir a Caramel Macchiato, eu a minha afilhada resolvemos jantar neste espaço único. Para mim, foi uma estreia. Mas prometi regressar, porque o menu estava delicioso e o atendimento foi irrepreensível. Todos os pratos são feitos na hora e a ementa foi idealizada a pensar na carteira dos clientes. Quando vierem ao Porto, aconselho a experiência. Tenho a certeza que ficarão rendidos. E a querer repetir - a visita e a refeição.

Miss Pavlova: O conceito nasceu em 2013, quando Ana Maio ficou desempregada «e decidiu mudar de vida». Inicialmente, «começou a vender a sobremesa que já era um sucesso entre a família e os amigos», mas o projeto teve necessidade de crescer e, assim, sair das redes sociais diretamente para «os mercados urbanos do Porto». No último dia do mês, fui, finalmente, conhecer o local e provar a famosa pavlova. E, para ser honesta, fiquei conquistada, porque é crocante por fora, cremosa por dentro e tem várias coberturas. No entanto, a ementa não fica reduzida a esta opção gastronómica. O ambiente, por seu lado, é aconchegante. A sala é mesmo encantadora. E o atendimento foi bastante célere e prestável. Antes ou depois da refeição, podem perder-se a deambular pela loja, pois tem imensas peças lindas. Localizada na Rua do Almada, é uma ótima opção para ficarmos de alma cheia.

Estes trinta dias foram muito doces, até pela quantidade de festas de aniversário que existiram. Para equilibrar, não puderam faltar as castanhas que eu tanto adoro. E o chá Sunshine [Tetley].

Christmas Is Coming: Este projeto é o impulso certo para escrevermos sobre tudo o que nos apaixona no Natal, mas priorizando alguns tópicos chave. A ideia criativa pertence à Catarina, que quis reunir um grupo para dar asas a este fascínio. Assim, semanalmente, haverá duas publicações sobre temas que foram previamente definidos. No entanto, importa realçar que esta iniciativa estará de portas abertas para todos. Porque qualquer pessoa poderá participar, acompanhando-nos no decorrer dos dez temas ou, apenas, em datas específicas.

Clube do Livro | Book Gang: Cruzei-me com a Helena Magalhães há pouco tempo, muito por culpa do Raparigas Como Nós. E tenho estado atenta ao seu Book Gang, de onde tenho retirado ideias para leituras futuras. Com o lado criativo a fervilhar, este projeto deu um salto de gigante e tem, agora, um site que permite um contacto ainda maior entre fundadores e membros. E como acreditam «nos livros e no poder de comunidade que criam», todos os meses selecionam «as melhores novidades para lermos em conjunto». Visitem, sinto que valerá a pena.

Negócios com Amor: Sempre que possível, procuro ajudar projetos mais intimistas, até porque há imensos trabalhos maravilhosos neste mundo digital. Assim, contactei a Bárbara - Olha o que eu já li - para adquirir dois marcadores de livros muito especiais: um relativo a Friends e outro alusivo à Teoria do Big Bang. E não podia ter ficado mais satisfeita com a qualidade dos mesmos e com a rapidez do serviço.

No mesmo dia, falei com a Sara, porque estava interessada em dois pares de brincos feitos em macramé. O resultado final é maravilhoso. E não tenho palavras para definir o conforto que proporcionam - houve alturas em que até me esqueci que os estava a usar.

Embora não tenha feito qualquer encomenda, não posso deixar de destacar o negócio da Catarina Mendes, o Natura Amor, que se dedica ao desenvolvimento de artigos para bebés e crianças, sempre numa ótica sustentável e produzidos, claro, com muito amor.

South Side Boy: O Diogo Piçarra lançou o seu terceiro álbum. E eu aproveitei a oportunidade para adquirir a versão Deluxe, com capa dura, um poster, autocolantes e duas canções extras. O meu coração transborda de orgulho por tudo o que tem conquistado. E este South Side Boy coloca em evidência o seu traço camaleónico.

Mulher de 100 anos realizou o sonho de ver jogo no Estádio do Dragão: Porque nunca será só futebol. E a prova está aqui!

Novembro trouxe muita música aos meus dias, até porque não faltaram lançamentos e novidades nesta área artística. Em consequência, tive infinitas razões para cantar. Para dançar. Para explodir de admiração.

Faixas: O Paulo Sousa e o Pedro Gonçalves juntaram-se para uma colaboração e criaram a belíssima Se Amanhã. Nem sempre somos conquistados à primeira por uma canção, sendo necessário ouvi-la várias vezes. E foi isso que aconteceu com a Lights Up [Harry Styles] e A Fugir de Ser [Bárbara Tinoco], mas, no momento certo, convenceram-me. A Maro é maravilhosa e tem um traço melódico muito característico, envolvendo-me em What Differente Will it Make. Saudade [Murta], Anjos [Diogo Piçarra & Carolina Deslandes] e Somos Iguais [Plutonio] também fizeram o meu mês. Héber Marques surpreendeu com o enérgico Amor Perfeito. C4 Pedro fez-me refletir com Se Eu Soubesse. Márcia encantou-me com Corredor. Khalid, que não sabe criar más músicas, fez-me apaixonar por Up All Night. Jimmy P e Fernando Daniel lançaram Até Voltares. E deixei-me contagiar com Sweet Spot [Papillon & Murta]. Não sei definir as saudades que já tinha de ouvir algo novo de Richie Campbell, por essa razão, adorei a novidade relativa a Just One Of Those Days - Freestyle. Para terminar em beleza, Miguel Araújo partilhou o extraordinário Talvez Se Eu Dançasse.

Álbuns: Antídoto [António José] foi o primeiro disco a entrar para a lista. De seguida, acolhi World War Joy... Push My Luck [The Chainsmokers], Agosto [o EP maravilhoso da Isaura], D'Artvida [que marca a estreia de Murta] e Everyday Life [Coldplay]. Sacrifício: Sangue, Lágrimas, Suor mostra um Plutónio interventivo, com uma mensagem poderosa. E South Side Boy, que era o álbum que mais aguardava, pois pertence a um dos meus músicos favoritos - Diogo Piçarra - veio completar este conjunto que transborda talento.

A Minha Geração: Diana Duarte esteve à conversa com Pedro Teixeira da Mota e foi muito interessante acompanhar o rumo que esta partilha de ideias e opiniões assumiu, pois mostrou um lado mais reflexivo do humorista, ao mesmo tempo que foram abordados temas um pouco tabus, mas sem adquirir uma energia pesada. Muito pelo contrário.

Tudo o Resto com Diogo Piçarra: A Filipa Galrão é, para mim, uma das melhores profissionais de rádio que temos em Portugal - já para não mencionar a paz que é ouvir a sua voz. Além disso, adoro o caráter intimista do seu podcast, pois consegue mesmo mostrar-nos um lado menos visível do convidado. O mais recente foi o Diogo Piçarra e a conversa foi inspiradora. Por mim, não teria limite de tempo.

O penúltimo mês do ano tem a tendência de ser muito cinzentão. Porém, sinto que me disponibilizou inúmeras ferramentas para que o pudesse colorir e tornar mais especial. E, efetivamente, foi o que aconteceu. Portanto, em novembro estou grata por...

... Ter realizado o sonho de ver Pedro Teixeira da Mota ao vivo.