INCONFIDÊNCIAS //
A MINHA PEGADA DIGITAL

Fotografia da minha autoria


«Todas as rede social nascem boas, 
são os seus usuários quem as estragam»


O mundo parece caminhar, vertiginosamente, para um palco de números. Esta faceta não é uma novidade, até porque, em muitos aspetos do quotidiano, o ser humano é medido por este indicativo, como se fosse o espelho de toda a sua competência. Por isso, seria de esperar que esta pressão minimizasse em plataformas que privilegiam o nosso conforto e entretenimento. No entanto, a competição, sinto, está mais tóxica do que nunca - ou, pelo menos, mais exposta. E será que a culpa é só das redes sociais? Ou haverá mais fatores a justificar esta tendência?

O IMPACTO DAS REDES SOCIAIS

É desnecessário atribuir culpados, sobretudo, quando determinados comportamentos persistirão. Mas as redes sociais não são a fonte do problema, ainda que pareçam. Porque o conceito de cada uma delas é, até, bastante louvável. É a gestão dos seus utilizadores que pode melhorar ou condicionar todo o ambiente virtual, tendo em conta que as suas partilhas contêm sempre uma mensagem e serão vistas por alguém. E se, por um lado, até acredito que não sou totalmente responsável por aquilo que o outro interpreta - se o objetivo for criticar ou distorcer, encontrarão sempre uma maneira -, por outro, considero imprescindível sermos claros e honestos. Porque neste caminho todos somos influentes e influenciados e é mais vantajoso mantermos a autenticidade. Do lado de cá, há uma pessoa. Mas do outro também. Por isso, procuremos estabelecer um impacto positivo, pois a vida já é, suficientemente, desafiante e desgastante para estarmos a minar mais um circuíto de interação, acrescentando problemas que levam, imagine-se, a lugar nenhum. E tudo pela conveniência de um ideal numérico.

O QUE DIZEM OS MEUS NÚMEROS SOBRE MIM?

Nada! Ou, melhor, podem ser o teu cartão de visita, mas não são o teu empenho por inteiro. Eu entendo, perfeitamente, que as estatísticas sejam uma ferramenta essencial para quem tem nas redes sociais uma componente de trabalho. Até porque há marcas e objetivos associados, e é preciso justificar a aposta, perceber o que funcionou, qual é a meta e o que pode ser revisto. No entanto, para quem as gere como um mero passatempo, grupo no qual me insiro, esta obsessão já me provoca algum alvoroço interior. Porque, entretanto, deixam de retirar satisfação em algo que criaram para esse efeito. E eu creio que fazer publicações - seja qual for a sua natureza - em piloto automático, por preceito, só para corresponder a uma imagem padronizada não é nada benéfico.

A questão dos números é um eterno dilema. Porém, para mim, sempre esteve muito bem resolvido. É maravilhoso perceber que há mais pessoas interessadas no nosso espaço - e seria hipócrita da minha parte referir o contrário -, mas não me deixo deslumbrar, porque não é o meu foco. Eu divirto-me a escrever e sei que isso é independente da quantidade de público. Claro que o retorno transmite logo outra motivação e confiança, mas continuo a defender que temos que, primeiro, fazer as coisas para nós. Tudo o resto é um bónus. E por mais estranho que pareça, mantenho o meu discurso inicial: eu crio para mim, não para os outros. Porque é que isso pode soar estranho? Porque, a partir do momento em que disponibilizo o produto online, o conteúdo está acessível para todos e já não é só meu. Mas quando recorro a esta expressão é no sentido de apenas explorar o que me entusiasma. Eu tenho noção de que há temáticas que não chegarão a todos. Todavia, será que quero que cheguem? Não. E não o digo com arrogância. Menciono-o de peito aberto, porque não tento agradar. Mantenho-me fiel à minha identidade. E penso que é isso que fideliza.

PRESENÇA E EXIGÊNCIAS

De repente, há um conjunto de conceitos e regras que temos que cumprir: ter conhecimento da melhor hora para publicar. Ter cuidado com a organização do feed. Estar presente em tudo o que é rede, para otimizar o nosso propósito. Privilegiar fotografias verticais. Delimitar o nosso nicho. E a lista poderia continuar, porque este mar é imenso. Mas... E a liberdade de criar, fica onde? Uma vez mais, reforço o quanto compreendo que esta dinâmica seja crucial para quem tem nestas plataformas o seu escritório. Só não me parece justo exigirmos o mesmo resultado, ainda para mais, quando todos temos finalidades distintas. E eu não tenho que sentir essa pressão, se só procuro uma alternativa de entretenimento. Da mesma maneira que não censuro, nem posso, quem encara este palco com profissionalismo. 

Ultimamente, no meu instagram, tenho publicado quase sempre à mesma hora, porque é quando fico disponível dos meus compromissos. E tenho organizado a tela com o mesmo efeito nas fotografias, porque gosto da energia que transmite. Mas digo-vos, com toda a franqueza, que não faço ideia se é o horário mais indicado ou não, se é o visual mais apelativo ou não. Nem estou importada. Porque o que me interessa é que corresponda à minha essência, aos meus gostos e à minha predisposição - temporal e emocional. Além disso, dentro de minha casa há espaço para inúmeros assuntos. E não estou disposta a abrir mão desta miscelânea. Porque o meu nicho é tudo o que me move, livre dos demais.

Dentro desta categoria, não posso deixar de mencionar os grupos de interação. Fiz parte de dois [aliás, nunca saí em definitivo, contudo, a minha participação nos mesmos é nula], porque acreditava que seria uma forma de me disciplinar ao nível das intervenções. No blogue, este compromisso é evidente. Porque valorizo bastante a partilha e a troca de ideias. Mas nas restantes redes acabo por ser mais desligada e não sentia que fosse justo. Só que, rapidamente, compreendi que havia ali um traço de obrigatoriedade que choca com aquilo que defendo e que espero que façam comigo: gostar e/ou comentar se, de facto, apreciarem o meu conteúdo. E é assim que vou limando e harmonizando as arestas.

DESDE QUANDO É QUE AS MINHAS REDES SOCIAIS SÃO GERIDAS PELOS OUTROS?

Quando abrimos esta porta, torna-se difícil fechá-la. Porque estamos a possibilitar um protagonismo que os outros acabarão por cobrar. 

O Pedro Teixeira da Mota, no seu podcast, abordou um tema com o qual me debato, há algum tempo, porque é muito frequente ver criadores a perguntar que tipo de assuntos querem ver/ouvir/ler. Pontualmente, é útil, até para nos desafiarmos. Mas sempre? Perdoem-me, até porque não sou ninguém para colocar em causa a vossa gestão editorial [nem é essa a minha missão], mas assim parece que estão pouco seguros da vossa arte. Em simultâneo, acredito mesmo que respeito mais quem chega ao meu espaço mantendo o meu dialeto, do que estando sempre a bombardeá-lo com estas questões. Pode parecer egoísmo ou que não tenho em atenção a opinião de quem lê, mas não é o caso. Simplesmente, sem rodeios, nas minhas redes mando eu. Estou sempre disponível para receber críticas e socorrer-me delas para evoluir, mas quando ultrapassam a linha do aceitável, quando chegam a interferir com o próprio conteúdo, vamos com calma. Já para não referir que isso não é uma crítica, é uma tentativa de monopolização. Portanto, valorizem-se. E publiquem o que bem vos apetecer, desde que não ofenda, não discrimine, não inferiorize. Há espaço para todos e, lembrem-se, a opção de seguir/não seguir ainda é válida. Por isso, se determinada conta não vos inspira, avancem para a seguinte, não procurem que aquela seja à vossa imagem. Porque tem que ser à imagem do seu autor.

O QUE ME IRRITA

Aqui me confesso: tenho pouca paciência para pessoas que se colocam num pedestal, porque acreditam que os números as colocam numa posição insubstituível. Mas é necessário ser-se consciente. E humilde. Porque uma coisa é sugerirmos, outra é acharmos que somos donos da verdade. E há quem ganhe visibilidade e tente vender a ideia de que só existe uma forma de fazer isto bem - a delas. E isso é perigoso. Porque, numa altura em que há tanta gente à procura de fama rápida ou de mais reconhecimento, compram estas certezas e, depois, transformam-se em mais uma cópia, a sentir que só se podem moldar àqueles princípios.

Desenganem-se, não há apenas um caminho. E insistir no pensamento de que temos de encaixar nas mesmas medidas é descabido. E redutor, pois estamos a impedir que as pessoas invistam naquilo que as diferencia. E, pior, levamo-las a pensar que a sua perspetiva é errada, quando não o é. Incomoda-me o constante pedinchar, o seguir-deixar de seguir, a partilha para conquistar likes e a autopromoção exagerada. E também não compreendo quando só se focam na merda do algoritmo e o repetem como um mantra, porque sinto que se desviam do principal. Ou, então, quando persistem no queixume da falta de retorno, mas não param para perceber que as próprias não interagem [mas, atenção, para fazê-lo só por uma questão de números deixem-se estar sossegados no vosso canto]. Mas é, precisamente, por essa razão que tenho a opção de não acompanhar todo o mundo, podendo filtrar este tipo de abordagens.

Entendam uma coisa, a vossa postura não dita o que é aceitável. Nem a minha. E não há códigos únicos. Não tem que haver regas. Nem pedidos de permissão. Tem, sim, que haver respeito. Empatia. E verdade. Porque criar o que nos faz feliz não devia depender da bênção de terceiros.

A MINHA PEGADA DIGITAL

O blogue é a minha prioridade. Portanto, o meu investimento é muito maior por aqui. Nas redes sociais, faço uma gestão mais regrada e exploro outras finalidades. Mas sou eu por inteiro, publicando o que me inspira, colocando gostos no que me interessa e comentado, somente, quando sinto que tenho algo para dizer. Mas, admito, desilude-me quando há imposições camufladas em conselhos. E a minha tendência é ir-me afastando ainda mais. Porque percebo que não me acrescenta.

Esta é a minha posição. E não me torna melhor ou pior criadora de conteúdo. Torna-me igual a mim - e não peço desculpa por isso. Assim, a pegada que pretendo perpetuar nas minhas redes sociais coaduna-se com os meus valores. E mantém-me na minha bolha. Sem cobranças. Sem expectativas. Apenas com o prazer de dar asas às minhas paixões. Porque a minha voz ainda tem peso. E grita liberdade. De ser.

Comentários

  1. O que acabas de dizer faz todo o sentido.

    Isabel Sá  
    Brilhos da Moda

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  2. A MINHA PEGADA DIGITAL é quase inexistente.
    Uso os blogues como diários, sem agradar a gregos e troianos.
    Quando recebi o primeiro comentário, até me assustei.
    Eu grito contigo LIBERDADE de ser como somos!!!

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    1. Consigo rever-me nessa reação ao primeiro comentário. É tão estranho quando isso acontece :)
      Isso mesmo!

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  3. Adorei ler o teu ponto de vista, numa altura em que se luta demasiado pelos números: seguidores e likes. Chega a ser uma competição demasiado exagerada.

    Um beijinho muito grande!

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    1. Obrigada, minha querida!
      É uma competição descabida, até porque há espaço para todos. E nós temos a liberdade de seguirmos quem quisermos. Nunca hei-de compreender esta luta

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  4. meu deus, este post faz tanto sentido e eu revejo-me em tanta coisa. não temos de ser todos influenciares, podemos simplesmente gostar de escrever e partilhar as nossas coisas. digo muitas vezes que nas minhas redes sociais mando eu, aquilo que eu escrevo, as pessoas que sigo e as pessoas que bloqueio. não temos todos de ganhar dinheiro com isto, podemos simplesmente gostar de estar aqui de uma forma pacifica.
    um beijinho e obrigada pela partilha!

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    1. Precisamente! Podemos, apenas, partilhar só numa vertente de entretenimento, de lazer. E está tudo bem com essa escolha. Se as nossas partilhas chegarem a alguém, é ótimo, caso não cheguem, não há problema. Os nossos propósitos têm é que estar bem definidos e não podemos exigir que os outros tenham os mesmos que nós. Isso é errado e, até, tóxico.
      Continuo a defender isso: nas nossas redes sociais mandamos nós. Que quiser estar, é muito bem-vindo. Quem não quiser, amigos como dantes. As portas continuam abertas, sem ressentimentos.
      Eu é que agradeço pelo retorno, minha querida

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  5. Quando tive o meu primeiro blogue preocupava-me um pouco que os outros gostassem do que escrevia. Olhava para o número de seguidores porque isso era um indicativo de qualquer coisa, achava eu. Era bastante mais reservada e contida e tinha seis ou sete vezes mais seguidores do que tenho hoje neste blogue, em que sou mais descarada, menos contida. cheguei a não ter campo de seguidores no blogue, e só o pus porque se queixavam que queriam seguir e não conseguiam. O campo passa meses sem ver o numero de seguidores mexer. E acredito que 95% deles alguma vez leia o que escrevo. o que me importa isso? nada!
    Neste momento nem faço ideia se há muita gente a ler ou não, mas a avaliar pelos comentários, provavelmente o número de visitantes é praticamente nulo. se isso me impede de escrever todos os dias? não me impede nem o faço por obrigação; escrevo quando acho que devo escrever e tento arranjar sempre um bocadinho para o meu escape. e se acho que não vou acrescentar nada, então mantenho-me muda.
    nem sequer estou preocupada se, ao longo destes 11 anos deste blogue, a minha opinião vai colidir com a de outros e isso me impede de dizer o que penso, e quando são assuntos gerais sobre os quais até tenho uma opinião, mas não me apetece estar a acrescentar achas à fogueira tento manter-me neutra que gosto pouco de confusões e destilação de ódio.

    Gosto de tratar bem os outros quando me visitam, porque essa é a minha natureza, não porque ande a pescar leitores.
    quem gostar volta, quem não gostar, a porta não se fechou à sua visita.

    Em relação aos blogues que visito assumo que nem sempre comento, porque muitas vezes, ou não tenho uma opinião formada, ou não domino o assunto ou simplesmente não quero deixar nenhum comentário bacoco, vazio! Visito praticamente todos os dias todos os blogues da minha barra lateral, embora não deixe comentários em todos eles, pelo que acabei de dizer.
    Eu não sei ser, porque não é a minha forma de escrever, tão sistemática e concisa como tu mas concordo inteiramente com cada ponto que aqui explanas.

    Beijinho Andreia (estou tão em falta contigo no desafio da escrita, mas ando a tentar resolver isso - acho que vou ter que criar um ciclo semanal dedicado ao teu blogue para resolver a coisa - embora eu não seja apologista de post agendados; mas não gosto de falhar com algo que me comprometi)

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    1. Quando iniciamos algum projeto, independentemente da sua natureza ou propósito, acaba por ser inevitável termos mais atenção a esses aspetos. Porque é tudo novidade, porque estamos entusiasmados, porque é a ideia que, também nos vendem.
      Eu utilizo sempre esse argumento, quando falo sobre estas questões, uma vez que sinto que é o exemplo mais claro para ilustrar o meu ponto de vista: eu tenho mais de 700 seguidores. Mas não tenho esse número de interações/comentários/o que for. E o mais provável [quase de certeza] é que essa quantidade não traduz a realidade. Portanto, vou estar presa a estes indicativos? Não faz sentido, porque são sempre muito dúbios.

      «se isso me impede de escrever todos os dias? não me impede nem o faço por obrigação; escrevo quando acho que devo escrever e tento arranjar sempre um bocadinho para o meu escape. e se acho que não vou acrescentar nada, então mantenho-me muda», reve-me completamente nessa postura, pois funciono muito assim. Claro que sabe bem perceber que há pessoas a ler o que escrevemos e a deixar uma palavra de apreço, mas não faço dessa a minha motivação para publicar ou não. Sobretudo, porque acho que aí não ia estar a respeitar nenhuma das partes: nem a mim, que adoro demasiado esta plataforma para a minar com obrigações, nem a quem me lê, que chega porque, acredito, compreende a minha maneira de funcionar e até se identifica, sem cobrar.

      «Gosto de tratar bem os outros quando me visitam, porque essa é a minha natureza, não porque ande a pescar leitores», tal e qual!

      Eu tento visitar e comentar todos aqueles que sigo. Porque é a minha maneira de valorizar o seu trabalho, de transmitir força, de lhes mostrar que não "perderam" tempo em vão, porque têm sempre alguém que os lê. Mas, lá está, se sentir que não tenho algo de útil a acrescentar, então, prefiro não o fazer, porque não estarei a acrescentar nada àquela pessoa.

      Não estas nada em falta. Publicas quando puderes, se quiseres, quando te fizer sentido. O desafio continua a ser sem pressões, porque a ideia é mesmo divertirmo-nos. Claro que há alturas menos propícias e tem que se respeitar esse ritmo. De coração, não te preocupes, entendo perfeitamente :)

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  6. e desculpa ter-me alongado imeeeeenso. eu e os textos compriiiiiidos! Só agora depois de publicar tive a noção...

    beijinho

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    1. Desculpa de quê? Nem penses numa coisa dessas. Obrigada, isso sim, por teres deixado esse comentário. Porque acrescenta ainda mais valor, ao mesmo tempo que dá para aprofundar a reflexão.
      Nesta casa, como dá para perceber, sou adepta de textos grandes e isso aplica-se aos comentários também :p ahahahah

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  7. Concordo inteiramente contigo!
    Já chega sermos números em tantas outras coisas na nossa vida! Ao menos no blog que é uma coisa que gostamos (pelo menos eu gosto) que sejamos livres de criar, sem imposições.
    Eu publico aquilo que me agrada, nos últimos tempos tenho seguido algumas regras nos temas que coloco em cada dia, mas se por algum motivo falhar, paciência, falhou!!
    Na utilização dos Instagram tenho achado piada. como as coisas estão a crescer, se bem que acredito que a maioria dos seguidores nem deve ver o que publico!!
    Recuso-me a fazer algumas coisas só porque atrai mais seguidores, nem que a vaca tussa!!!!

    Beijos e abraços.
    Sandra C.
    bluestrass.blogspot.com

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    1. «Já chega sermos números em tantas outras coisas na nossa vida», era mesmo aí que também queria chegar! Fugindo um pouquinho ao tema, mas até acaba por ter umas nuances relacionais, a propósito de a maioria das minhas publicações serem grandes, costumo dizer que passei uma vida académica inteira e ter cuidado com o número de folhas/páginas/palavras. Portanto, no meu blogue, tenho a liberdade de usar as que eu quiser. E a minha postura nas redes sociais acaba por ser um pouco assim, porque não gosto da imposição de ter que seguir um caminho qual o qual não me identifico.
      Eu tenho três rubricas +/- fixas, mas se tiver que mudar não fico nada aflita. É como tu referes, se por algum motivo falhar, paciência, falhou. O importante é que essa mudança faça sentido para nós.
      Claro! E ir acompanhando esse crescimento de uma forma saudável não confere qualquer problema. Ele surge é quando nos focamos apenas nisso.
      Estamos juntas, querida Sandra!

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  8. Existem coisas e factos que não se entendem... mas existem
    .
    Um dia feliz

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  9. Acabas de dizer tudo, e muitas verdades mesmo, não é um numero que vai mudar o que somos, acho que devemos partilhar o que nos faz bem
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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    1. Acredito muito nisso! E não há número algum que supere o facto de criarmos o que nos motiva

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  10. You go, girl!!!

    Excelente reflexão. Eu, por exemplo, todos os meses guardo numa tabela a evolução de certas estatísticas do blog, para perceber como está a evoluir, no entanto se me perguntares os valores eu não faço ideia porque os escrevo lá e depois não me importam. Não são os seguidores no Instagram ou as visualizações no blog que me fazem querer fazer conteúdo ou que me tornam melhor ou pior do que os outros. Algumas pessoas deviam compreender melhor isso, porque o número de seguidores não oferece boas personalidades a quem quer que seja.



    A Sofia World

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    1. Muito obrigada, coração!
      Eu acredito mesmo que fazermos essa gestão pode ser útil, num ponto de vista mais pessoal, de modo a percebermos o retorno que determinadas publicações/temas/rubricas estão a ter. E quando o fazemos sem cobranças, sem exigir aos outros que sigam as mesmas pegadas. Quando o foco já é só esse, quando só criamos para corresponder a essa imagem, é que já me parece desncessário.
      «Porque o número de seguidores não oferece boas personalidades a quem quer que seja». Obrigada! Era mesmo isso que queria transmitir!

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  11. Não é por publicares mais ou menos, com filtro ou sem, na hora certa ou não, que te tornas melhor ou pior criadora de conteúdo. Não é isso que nos faz ser melhor ou pior, mas sim a essência desse conteúdo, a tua humildade, a tua segurança na escrita (que também é importante!, no ponto em que referiste de estarem sempre a perguntar o que devem publicar etc).
    Quando criei o blog tinha um Instagram dedicado a ele, estive em grupos de divulgação e senti-me sufocada! Porque existem as regras e o ter de por likes em todas as fotos e comentar sem ser com emojis e uma data de coisas que, francamente, tenho mais que fazer e com o que me preocupar! Desisti do Instagram do blog por isso mesmo. E o a página no Facebook está mesmo muito parada. Às vezes, partilho qualquer coisa, mas passam-se meses e esqueço-me completamente, porque lá está: deixei de me focar nos números e sim no que gosto de escrever e sim, escrevo sobretudo para mim. É o meu diário digital portanto devo escrever primeiramente o que gosto e o que me interessa. No começo estava muito ligada aos números e a pressão que sentia era enorme e agora estou mais relaxada. Tenho e atualizo o blog por gosto, por gostar de escrever e não com o objetivo de ser conhecida ou de ter mais números que os demais.
    Cada vez mais as redes sociais ditam muitas coisas: maneiras de vestir, de comer, os corpos e etc, e estamos a desfocar-nos do mais importante: sermos nós mesmos. Perdemos a identidade com as redes sociais porque queremos espelhar-nos aos tantos que vemos e isso só nos leva para um caminho sombrio e difícil de voltar atrás. É preciso ter cuidado.
    Acho que abordaste e muito bem este assunto! Concordei com cada palavra! Beijinhos

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    1. O que nos torna melhores ou piores criados é, precisamente, o nosso conteúdo. Porque os números são muito relativos. E tudo isso muda num ápice.
      O conceito dos grupos de interação/divulgação até poderia ser interessante, se realmente a partilha não simbolizasse mais um espaço de depósito do que de outra coisa. E esses detalhes acabaram por ser recorrentes no meu pensamento, porque não faziam sentido. Eu tenho o meu blogue e as minhas redes sociais para descomprimir, para partilhar as minhas paixões, não para corresponder a um conjunto de regras que eu não imponho nas minhas casas virtuais. Então, aos poucos e poucos, fui-me desligando. Às vezes é difícil, porque o convite parte de pessoas por quem temos alguma estima, mas não podemos recuar, porque é a nossa verdade que está, no fundo, em causa.
      Sei que nem todas as pessoas compreenderão esse conceito de escrevermos para nós, mas acredito mesmo que esse é o primeiro passo. Eu tenho que me rever naquele conteúdo. Tenho que sentir que, de alguma forma, mostra quem eu sou [mesmo quando é um texto meramente ficcional]; em qualquer publicação, temos que ser capazes de olhar e dizer: esta sou eu. Notasse que veio de mim. Se isso falha, então, estamos a falhar no princípio básico, que é manter a autenticidade. E é, também, por isso que defendo que há espaço para todos, mesmo abordando os mesmos temas: porque ninguém o vai representar como eu.
      «Tenho e atualizo o blog por gosto, por gostar de escrever e não com o objetivo de ser conhecida ou de ter mais números que os demais», acho mesmo que esse é o foco. Ainda assim, se houvesse a vontade de se ser conhecido, não havia qualquer mal. E não quer dizer que, de hoje para amanhã, não venha a acontecer. Simplesmente, podendo ser uma consequência, não devia ser a premissa. Ou, então, não devia haver pressão para seguirmos só um caminho.
      Sem dúvida, precisamos mesmo de ter cuidado. De saber filtrar. De perceber qual é o nosso objetivo e não deixar que sejam os outros a ditar quem somos.

      Muito obrigada <3

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  12. Para mim, não me importa se tenho muitos ou poucos comentários ou visualizações ou seguidores, não me importa nada disso! O que me importa, é que as pessoas percebam o que eu digo, pensem no que escrevo. Se são muitos ou poucos, não importa, já é bastante bom poder desabafar um pouco!

    Beijinhos,
    Ella Morgan
    https://splitting-soul.blogspot.com/
    Instagram (@ellamorgan17)
    Twitter (@Ella_Morgan2018)
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    1. Oh, Ella, é tão isso! Revejo-me totalmente na tua postura. Obrigada *-*

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  13. Acho que nunca li um texto com o qual me identificasse tanto :) Lembraste-me daqueles meus posts em que falo "poucos mas bons" É assim que gosto de levar a vida, tanto a real como nas redes sociais :) Aprendi com a minha mae e cada vez mais o meu instinto me diz que estamos certas :)
    Jamais percas o teu leme minha querida*
    Beijinhos*

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    1. Muito obrigada, minha querida! Exato, até porque adianta termos muitos números só a fazer feitio? Sou muito grata por casa pessoa que entra nesta casa, por cada comentário que recebo, por cada adesão às minhas ideias e maluqueiras. Levo tudo isso no coração. E é claro que fico feliz por ver que mais pessoas se interessam, seria hipócrita dizer que não. Mas sei que não perderia o entusiasmo se fosse tudo em menor escala, porque o meu propósito é outro.
      Farei sempre por não o perder <3

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  14. No meu primeiro blog também dava alguma importância ao número de comentários. Com o tempo fui percebendo que isso me estava a afastar do objetivo que me levou a criar um blog e que estava a começar a gerir o que escrevia tendo em vista o número e o interesse dos seguidores. Quando percebi que já não era eu quem escrevia e já não retirava prazer da escrita, deixei de dar atenção aos números. Hoje tenho menos de meia dúzia de seguidores, pouco mais de 30 amigos no novo perfil do Facebook e outros tantos no Instagram. Só publico o que me apetece, quando me apetece e se me surgir uma ideia 5 minutos depois da última publicação, publico e não me preocupa se estou a tapar a primeira. Não me ralo se não escrevo nada que se aproveite, se o que escrevo me der algum prazer. Não crítico quem busca outros objetivos nas redes sociais. Eu sigo os meus que são, apenas e só, uma certa maneira de falar sozinho sem ser olhado de esguelha por quem se cruza comi na rua.

    P.S. Não percebo porque é que a piada (no meu blog) havia de ser para ti... 😜

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    1. No começo, sinto que acaba por ser um pouco inevitável termos essa postura, porque é tudo novidade e estamos tão entusiasmados, que procuramos uma certa aprovação e retorno - e, também, porque, consciente ou inconscientemente, nos vendem essa ideia e achamos que é uma verdade absoluta. E isso não é errado. É uma aprendizagem que temos que fazer.
      O problema passa, essencialmente, por aí: quando deixamos de fazer as coisas que gostamos só para corresponder a uma imagem. É assim que muitos projetos findam. Porque, depois, é uma porta muito difícil de fechar.
      Claro, sem qualquer crítica e julgamento, porque cada um é livre de fazer das suas redes sociais o que quiser. Temos é que ter sensibilidade suficiente para não cobrarmos aos outros o nosso propósito.

      Também não faço ideia, até parece que disse alguma coisa ahahah

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  15. As redes sociais consentem tudo aquilo que os seus utilizadores lá escrevem. Muitos dos quais utilizam-nas para transmitir as suas ideias, algumas sem sentido por não ser o local próprio para as divulgar. Como tudo na vida, a liberdade também tem limites.

    Gostei, tenha uma boa noite Andreia.

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    1. Claro que sim, sobretudo, quando a minha liberdade afeta a do outro. Devemos utilizar as nossas redes sociais como quisermos, desde que não faltemos ao respeito a ninguém.

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  16. Onde partilho mais é no blog pois gosto de partilhar coisas que por vezes não são conhecidas, nas redes sociais sou um pouco apagada!
    Rêtro Vintage Maggie | Facebook | Instagram

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    1. Embora tenha publicações diárias nas outras redes sociais, que acabam por ser uma extensão do blogue, também sou mais desligada por lá

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  17. Meu blogger sempre foi meu hobby as vezes tenho vontade de excluir porque faço porque eu realmente gosto. E agora estou me dedicando mais ao insta!! Tô gostando. Beijos

    Segredosdamarii.blogspot.com

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    1. Nunca percas essa vontade de fazeres porque gostas, porque é a mais bonita :) também adoro o instagram, até porque adoro fotografia

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  18. Tudo dito.
    Confesso que no início isso me importava, mas não levei ao extremo, a minha conta do instagram era pública, até um dia a minha privacidade ter “sido invadida”, optei por uma conta privada, e apaguei metade dos seguidores, e fiquei feliz com essa escolha, e sinto mais segurança na minha conta. E os números não me dizem nada.
    Por isso continua com essa tua essência.

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    1. Acho que, no início, todos temos essa motivação, digamos assim. Mas é importante não levarmos ao extremo, para não colocarmos uma pressão desnecessária nesta pegada virtual.
      Muito obrigada! Digo-te o mesmo :)

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  19. Concordo, principalmente na parte dos números! É relevante para uma grande marca, cujo salário depende daquilo, mas no caso de bloggers como nós, a forma como partilhamos o nosso conteúdo é mais importante.
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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    1. Nessa vertente profissional, compreendo perfeitamente, porque, lá está, há um salário que depende disso e os números/estatísticas são uma ferramenta. Para quem não faz disto um emprego, sinto que seguirmos esse caminho acaba por nos colocar uma pressão acrescida.

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  20. Muito boa esta reflexão, meus parabéns.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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  21. Sou completamente desregrada, em todas as redes, mas revejo-te em tudo o que escreves-te, não assinando o texto, identificava-te facilmente :-)Acho isso mais importante... a nossa pegada pessoal!

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    1. É a nossa verdade que tem que sobressair. Não os números, que pouco espelham quem somos e a nossa qualidade.
      Obrigada :)

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  22. Que excelente reflexão, querida! E, mais uma vez, identifico-me tanto contigo!
    O importante é sermos nós, sempre nós. Seja no blogue, seja no Instagram, seja fora das redes sociais, a nossa essência será sempre a coisa mais bonita que temos. Que se lixem os números, de que adianta quando não o fazemos por nós e apenas para agradar a quem nos segue e para sermos mais parecidos com isto ou com aquilo?
    Que nos centremos no que nos faz feliz, no que nos agarra, no que nos cativa e nos faz querer criar, criar com carinho, com amor e com orgulho.

    P.S. és linda!

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    Respostas
    1. Muito obrigada, minha querida <3
      Sinto que as pessoas [não todas, felizmente] acabam por condicionar toda a sua experiência em rede, porque focam-se só em números e não veem mais nada à frente. E, depois, sentem que é errado partilharem aquilo que as fascina, que as motiva, porque têm que corresponder a determinada imagem.
      Claro que eu entendo que isso aconteça com quem tem nas plataformas digitais o seu trabalho. Ou, até, para quem é curioso e se interessa por estas questões. Só precisamos é de perceber que não estamos todos à procura do mesmo. E está tudo bem.
      Isso mesmo!

      Olha quem fala *-*

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