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Fotografia da minha autoria |
«Paris, cidade das luzes e do amor. Lengfeld, um município campestre alemão. Paros, uma bela ilha grega. Barletta, uma cidade italiana à beira-mar»
A blogosfera, ainda que à distância, permite-me conhecer e estabelecer ligações com pessoas maravilhosas: quer pelo coração forrado a luz boa, quer pelo talento inspirador. Naturalmente, há laços que se estreitam com maior firmeza do que outros, por ser partilhada uma certa identificação - pela maneira de ser, pela abertura em relação a determinados assuntos e pelos gostos. E isso acontece-me, frequentemente, com a Cláudia S. Reis [Marés]. Os nossos caminhos cruzaram-se há vários anos, quando eu ainda não era feita de Gavetas e ela não seguia o ritmo das Marés. Ou, melhor, quando as nossas identidades eram outras. E não há um dia que não me renda à sua escrita.
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Fotografia da minha autoria |
Estava a ficar assustada. O que será que ele me tinha escondido? Terá sido algo assim tão grave, ao ponto de, no final, ter vontade de cortar ligações? Por mais que tentasse, não era capaz de unir as pontas soltas que me assaltavam o pensamento. E tinha medo do que me esperava. Além disso, não estava assim tão segura do meu auto controlo. Mas prometi ouvir sem interrupções. E se há algo que priorizo é o cumprimento da minha palavra.
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«Sei que tenho os meus monstros, mas continuo a caminhar»
Três da manhã. E estão de volta os meus fantasmas. Embalam-me o corpo e eu dou voltas na cama, mas não adormeço, porque querem-me acordada. A deslindar cada fragmento. A criar mil cenários hipotéticos e psicóticos, quase como se abraçasse um surto de demência. E as minhas memórias tornam-se negras: pela falta de luz na rua, no quarto, em mim - sobretudo, em mim.
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Fotografia da minha autoria |
«Qual é o bruxo que ia, mas já voltou? Draco Malfoy»
Uma das brincadeiras da minha infância foi, certamente, o jogo do sério. Passei horas com os meus amigos a ver quem aguentava mais tempo. E, modéstia à parte, até tinha um certo jeito. Dificilmente, perdia um frente-a-frente, porque tinha uma boa estratégia de auto controlo: cerrar os dentes e pensar numa parede branca - porquê branca? Não sei explicar. Sei, apenas, que me ajudava a abstrair do ruído exterior. Atualmente, já não tenho a mesma resistência. Sou de gargalhada fácil. E basta ouvir um «não podes rir» para que o meu corpo reaja no sentido oposto.
«I just got this one question for you
Do I cross your mind at all
Or am I just an afterthought
I guess it’s just our afterall
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... Massa!
[Espiral, esparguete, farfalle, fusilli, preta - com tinta de choco -, em forma de concha; normal, colorida, integral; simples, com molho, passada pela sertã com alho e um fio de azeite... No fundo, adoro massa de todas as formas e feitios. E se só pudesse comer um acompanhamento para o resto da vida, sem dúvida que seria este. A minha receita favorita é a massa com atum gratinada, mas também não resisto à esparguete à marinheira. No entanto, não sou esquisita. Porque massa é uma delícia!]
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«Simão Botelho e Teresa estão perdidamente apaixonados, mas as suas famílias são rivais»
A imposição de uma leitura tem, à partida, todas as condições para provocar um momento pouco aprazível. Em alguns casos, acredito, até pode ser uma autêntica surpresa positiva, mas tudo o que é imposto deixa-me reticente, até porque a nossa predisposição e energia não estão alinhadas naquele sentido. Quando partilhei as sete releituras que pretendo fazer, poderia ter acrescentado um livro em específico, uma vez que a bagagem que partilhamos não era, de todo, a mais feliz.
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Fotografia da minha autoria |
Durante o caminho, invadiu-me uma espécie de paz, quase como se tivesse tido uma epifania: o meu amor por ti não tinha diminuído. E, neste momento, sei não há espaço para mais alguém na minha vida. Não fecharei essa porta, mas também não procuro preencher o vazio que, inocentemente, me deixaste. Preciso deste tempo só comigo. Foram anos de uma relação bonita e intensa, na medida certa. E isso não esmorece ao fim de três meses de luto. Eu estou segura do que sinto. E, agora, entendo que todas estas inseguranças por um simples café não poderiam ser mais infundadas.
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Fotografia da minha autoria |
«Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que tornou a tua rosa tão importante»
Um sonho pequenino, com vontade de crescer. E uma paixão imensa - e intensa - por escrever. Há desejos que adquirem propósitos e que não mais nos saem do pensamento. E com a ânsia de lhes atribuir forma, acrescenta-se uma nova rota no caminho, que nunca está completo. Foi assim que nasceram As gavetas da minha casa encantada: desse querer ser mais, expandir e explorar novos temas e novos registos; desse querer dar voz ao extenso mundo que habita em mim. Há cinco anos, estava longe de imaginar que esta morada pontual - quase como se fosse uma habitação de férias ou de fins de semana prolongados - se tornaria no meu lar.
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Fotografia pessoal |
«Rótulos foram feitos para produtos, não para pessoas»
A força das redes sociais está intimamente dependente das pessoas que as sustentam. Ainda que estas plataformas não devam perder o seu cunho de lazer e o seu lado descontraído, é reconfortante perceber que há quem consiga perpetuar essa vertente leve, sem deixar de a utilizar para partilhar mensagens de extrema importância. Numa altura em que existe uma enorme tentativa de se ser influenciador, aconchega-me ver que há quem o seja - e o faça - sem grande esforço e pelas razões certas.
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Fotografia da minha autoria |
... Mar!
[A sua força, a sua imensidão, a sua plenitude e sua quietude inspiram-me. Relaxam-me. Libertam-me as frustrações e deixam-me em paz. Apesar de dispensar ir para a praia, sou muito feliz a contemplar o mar. A observar as ondas ora calmas, ora revoltas - como a vida. Quando era apenas uma criança, imaginava o dia em que conseguiria transpor aquela linha de horizonte, que parecia tão mágica e apetecível à minha imaginação fértil. Mesmo hoje, sinto que há um mundo do lado de lá para desbravar - e que continua à espera que eu chegue. De pernas cruzadas, deixo que o cheiro a maresia me envolva. E permaneço serena a olhar para esta enorme mancha azul, que me embala]
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Fotografia pessoal |
«Este é o momento para celebrar»
Na próxima terça-feira [21/08], o blogue completa cinco anos de existência. Estranhamente, acabo por nunca comemorar a data com a atenção que merece, talvez por calhar em mês de férias, o que condiciona a minha presença por aqui. No entanto, esta casa virtual é uma grande parte de mim. É onde me expresso, é onde me desafio, é onde sou eu, mesmo que dê vida a pessoas que nada têm que ver comigo. Por isso, este ano, quero assinalar o dia de uma forma especial. E, claro, só fazia sentido fazê-lo com o vosso contributo.
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Fotografia da minha autoria |
«Uma humaníssima visão do mundo»
Valter Hugo Mãe conquistou o meu coração com A Desumanização. Como mencionei no Entrelinhas #2, foi amor à primeira vista. Principalmente, pela temática que explora. Pode parecer controverso, mas retrata a morte com tanta beleza - e simbolismo -, que é impossível não nos comovermos. Aliás, parece-me improvável não existir uma identificação com todo o seu caráter sentimental, até porque aborda a transformação que sofremos quando perdemos alguém próximo e o quanto isso nos muda para sempre. Atendendo que o primeiro contacto foi tão apaixonante, a vontade de me aventurar noutras obras da sua autoria tornou-se, claro, ainda mais evidente.
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Fotografia da minha autoria |
Deitei-me com mais dúvidas do que certezas. E a prova disso é que não fui capaz de adormecer. Para além de não deixar de pensar que este café, com um mero desconhecido, poderia não ser assim tão inocente, também não conseguia pôr de parte algumas dúvidas que me aceleravam o coração: O que estarias tu a pensar disto? Será que estou a desrespeitar a tua memória? Será que estou a avançar demasiado rápido? Serão, apenas, inseguranças infundadas? Que consequências é que tudo isto trará?
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«Como podemos proteger uma criança sem apreendermos o significado da compreensão e do amor? Precisamos entender que amar e compreender são indispensáveis para todos e que apenas assim nos podemos ajudar a não nos diminuirmos de tamanho, melhor, apenas desta forma, podemos voltar a crescer e, quem sabe, com sorte, possamos alcançar mais uma vez a pureza, à altura de uma criança»
Emiliana Carvalho
[In Os Direitos das Crianças - Antologia Poética]
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... Detalhes!
[Falados, escritos, gestuais, em fotografia. Sinto, cada vez mais, que é a força dos detalhes que nos move. Os pequenos nadas que, em certas alturas, nos parecem escapar, mas que têm uma importância e um significado surpreendentes e transformadores. Sempre gostei de observar - e registar, através de palavras ou com a minha máquina fotográfica - aqueles traços distintivos. Os pormenores que sobressaem e que nos encantam por completam. É por isso que demoro tanto tempo a concluir determinado percurso novo, porque paro para contemplar cada fragmento - exposto ou mais escondido. Sinto que eu também sou feita de infinitos detalhes. E, talvez por isso, não menorizo todos os que me rodeiam].
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«Quando alimentamos mais a nossa coragem do que os nossos medos, passamos a derrubar muros e a construir pontes»
Coragem. Uma palavra, relativamente, pequena, dita num só fôlego, que preserva um significado enorme e poderoso. Com uma carga emocional e intima, que a torna única. Intransmissível. E diversa. E tem tanto de plural - por se manifestar de inúmeras maneiras -, como de pessoal - por ser uma característica tão intrínseca. Para além disso, sinto, é a analogia perfeita para o facto de não serem as dimensões que importam, mas, sim, a consistência - e a consciência.
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«A numerosa família Leonides vive numa estranha mansão nos subúrbios de Londres, sob o olhar protector, e um tanto controlador, do patriarca Aristide Leonides»
A conclusão de uma leitura potencia sempre inúmeras questões, não só sobre a obra em si, mas também sobre qual será a sua sucessora. Quando tenho mais do que um livro do mesmo autor, pergunto-me se é vantajoso continuar com ele ou se é preferível explorar outros, retomando-o mais tarde. Por norma, acabo por seguir a primeira hipótese. E, por essa razão, deixei-me ficar na companhia de Agatha Christie, saindo do Expresso do Oriente [Entrelinhas #56] para entrar numa casa bastante particular e especial.
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Como vem sendo hábito, voltei a passar pelo cemitério para colocar o girassol mais fresco que havia na florista. E no percurso feito de carro, tornei a contemplar a vista que me envolve, captando os detalhes, como fazíamos em todos os nossos passeios sem destino aparente. Porque aprendi a ver um pedaço de ti em cada um deles. De uma maneira singular, mágica e transcendente tu estavas presente. E isso deixava-me em paz.
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«O arrependimento não vai mudar o seu passado, mas pode transformar o seu futuro»
Vou contar-te uma história sem final feliz. Certo dia, teria eu os meus 17 anos, perdi-me de amores por um tipo sem escrúpulos. Como deves imaginar, o desfecho foi aquele típico cliché que vemos nos filmes: ele usava-me e eu, por ser doida por ele, permitia. Engravidei por descuido e ele deixou-me sem hesitar, acusando-me de o tentar prender. Entrei em demência. Negligenciei esta gravidez, intencionalmente. E culpei-te sempre de tudo. O que é curioso é que, em momento algum, ponderei fazer um aborto. Tive-te, mesmo vendo em ti a minha desgraça, e cuidei de ti durante cinco anos. E, aí, não aguentei mais. Saí cedo de casa, deixei-te no Jardim das Camélias, prometendo voltar, e pude respirar. É revoltante ver isto num ecrã, não é? Imagina, agora, saber que não se trata de ficção!
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«Cozinhar é como tecer um delicado manto de aromas, cores, sabores, texturas. Um manto divino que se deitará sobre o paladar de alguém sempre especial», Sayonara Ciseski»
Verão é sinónimo de noites longas, bebidas geladas, roupas frescas... e comidas leves! Nesta altura do ano, particularmente, abuso das saladas, porque são saborosas, as combinações são inesgotáveis e permitem-me poupar tempo na sua preparação. Ainda assim, até porque sabe bem demorar na cozinha, também procuro por receitas, ligeiramente, diferentes, que incitem a nossa criatividade - sobretudo, quando apresentam conjugações improváveis. O único requisito é que continuem a privilegiar o lado prático da confeção.
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... Segunda-feira!
[Faço parte daquela pequena percentagem de pessoas que adora o primeiro dia da semana. Porque, particularmente, sempre significou recomeço e reencontro. Além disso, é uma maneira de retomar - e retornar - [a] coisas que nos fazem bem à alma. Mesmo que o dia pareça monótono, a oportunidade de repetir, de reconstruir, de continuar a evoluir deveria ser suficiente para o transformar logo num momento mais luminoso. Bem sei que esta sensação de reiniciar algo não é exclusiva desta data. Aliás, podemos - e devemos - dar-lhe asas em qualquer ocasião que nos pareça conveniente. Mas é uma postura que também cai bem às segundas, porque é quando, muitas vezes, voltamos à rotina. Sou tão entusiasta pelas segundas-feiras que, para mim, poderiam ser consideradas um elogio]
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«O luxuoso comboio está cheio. Ninguém pode sair ou entrar. A tempestade prolonga-se pela noite fora… e a manhã traz uma notícia inquietante»
Os diversos géneros literários têm encantos singulares, que podem - ou não - conquistar-nos por essa unicidade. Certamente, aquilo que nos motiva a ler um romance não se assemelha à razão pela qual optamos por poesia, por obras bibliográficas ou por outros exemplares. Porque nos move o nosso gosto, a nossa predisposição e, inclusive, a nossa necessidade. E é este caráter plural que enriquece a nossa personalidade de leitor. Apesar de procurar não me limitar ao mesmo registo por um período prolongado, há qualquer coisa de fascinante e convidativo nos policiais, aos quais quero sempre regressar. E quem melhor do que Agatha Christie para nos fazer viajar por um mundo de constante suspense e mistério?
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A tua mãe telefona-me todos os dias. Muito provavelmente, duas mãos cheias de vezes. Sabes que nunca gostei que me apaparicassem em demasia - coisa que as nossas mães têm feito nos últimos tempos -, mas, confesso, está a fazer-me bem, porque sei que é, somente, preocupação e porque têm o cuidado de não me sufocar. E acho que é isso que me incomoda em certas demonstrações de carinho: a intenção é a melhor, mas a atenção constante e desmedida chega a afligir. E em vez de nos aconchegar, desencadeia uma ligeira sensação de irritação e de desconforto.
andreia morais
portugalid[arte]
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