[Os fragmentos irregulares e incompletos - em claro desgaste - de certos edifícios provocam-me fascínio, melancolia e uma certa dose de proximidade e identificação. Porque são feitos de histórias e de passado, criando raízes no presente, pelo menos, enquanto não forem completamente demolidos. São, portanto, a certeza de vida. E uma forma de perpetuar memórias - mesmo que não as consigamos decifrar, por serem [muito] anteriores a nós. Despedaça-me o coração deparar-me com a degradação de determinados lugares, sobretudo, quando se poderia investir no seu reaproveitamento. No entanto, quando preservam o nosso património, é uma experiência enriquecedora. É por esse motivo que, por exemplo, sou extremamente feliz a visitar locais como Conimbriga]
Fotografia da minha autoria
A Rosa Limão criou um desafio que consiste em partilhar uma história parcialmente verdadeira com os nossos leitores, fomentando a interação - pelas próprias características do jogo -, ao mesmo tempo que desvendamos mais um fragmento pessoal. Para tal, é necessário contar uma situação que tenha acontecido connosco, embelezando um pouco a verdade. Cabe a quem lê tentar adivinhar qual é a parte real e qual a que não passa de pura imaginação. E fica ao critério de cada participante desvendar ou não esse mistério. Podem ler as restantes regras aqui.
Fotografia da minha autoria
«Com ilustrações belíssimas, para um belíssimo texto»
Aventuro-me, muitas vezes, sem rede. Porque há um conforto desafiante na descoberta de novos autores e de novos registos. Na literatura, todos temos um lugar seguro, mas é extremamente prazeroso palmilhar outras opções. Em consequência - que pode ou não ser direta -, acabam por nos sugerir alguns títulos/escritores, sobretudo, quando já têm noção do nosso estilo enquanto leitor. E foi assim que, aliada a uma vontade antiga, abracei uma nova leitura, mas permanecendo numa atmosfera, aparentemente, infanto-juvenil.
«O meu coração começa a ficar mais fraco. E, por mais que gostasse de controlar isso, não está ao meu alcance. Não queria que sofresses, mas sei que não está nas minhas mãos evitá-lo - já não. Ainda assim, posso ficar um pouco mais descansado, porque sei que nunca estarás sozinha. Tens uma família maravilhosa, que funciona como uma autêntica fortaleza, mas a minha acolher-te-á com a mesma intensidade - como o fez desde que vos apresentei.
Fotografia da minha autoria
«Ver a vida a passar da varanda»
O reencontro com a Feira do Livro ocorreu, somente, no último dia, ainda que tivesse anotado mais três datas pelo meio: duas para aproveitar promoções e uma para marcar presença no 4º Encontro de Bloggers e Youtubers. Nenhuma delas se realizou, infelizmente, mas a vida arranja sempre uma forma bonita de recompensar os imprevistos que saem do nosso alcance. Por isso, despedi-me da edição deste ano com um saldo extremamente positivo [consegui adquirir mais quatro livros] e em ótima companhia, assistindo a um evento inesquecível.
Fotografia da minha autoria
«O som mais doce de todos é o elogio»
Em Portugal, sinto, elogia-se pouco. Será que as pessoas perderam a capacidade bonita de destacar e valorizar o que o outro tem - e faz - de melhor?
«Our lives are on display
Begging approval every single day
Adding a filter just to look great
But Frida Kahlo didn’t follow you
Fotografia da minha autoria
... Teatro da Vilarinha!
[O seu edifício foi construído para funcionar como posto da Guarda Fiscal. Posteriormente, foi transformado no Teatro, acolhendo a companhia Pé de Vento. Salvo erro, já tinha tido a oportunidade de o visitar, quando frequentava a escola básica, mas foi durante a elaboração do projeto de Área de Projeto, no 12º ano, que me rendi, totalmente, ao seu interior. E à sua magia. O espaço não é grande, mas é composto pela sala de espetáculos - corpo central -, um piso mais dedicado aos serviços administrativos, de gestão e de produção, uma sala de ensaios e de reunião e um ateliê de figurinos e adereços. Mal entramos, somos recebidos pelo Ventolão, que é a mascote do Teatro da Vilarinha. Na altura, conseguimos autorização para conhecer cada recanto e, ainda, subir à teia - que me fascinou, uma vez que nos abre portas para outra perspetiva, porque é lá que se encontra a maquinaria de cena. Há mesmo lugares que nos convidam a observar e contemplar cada detalhe, pois tudo é maravilhoso e interessante].
Fotografia da minha autoria
«Brinquei um pouco com as palavras porque, para além de ser uma entrevista a um[a] blogger, é também uma dádiva da sua parte para comigo»
O seu mundo já foi de Aguarela. E, hoje, faz crescer o seu precioso Bem-Me-Quer, que tanto me fascina com as suas palavras recheadas de magia e de poesia, mesmo que escreva em prosa. Por isso, não poderia recusar o convite da menina-mulher apaixonada pelas Letras - pela Psicologia, pela Música, pela Tuna, por Coimbra - para colaborar na sua mais recente rubrica.
Fotografia da minha autoria
«O que poderá resultar de tão singular e tocante relacionamento?»
A transição para uma nova leitura nem sempre é um processo natural. Por vezes, hesitamos no sucessor, porque a mensagem do livro anterior foi tão intensa e reveladora, que temos um certo receio de descer um degrau - ou vários - na qualidade e na identificação com a obra. Mas há muitas outras razões para essa indecisão. No entanto, após concluir O Planeta Branco [Entrelinhas #62], soube logo qual seria a minha escolha. E que continuaria na companhia de Miguel Sousa Tavares.
«Será que te recordas do momento em que te perguntei se gostavas de mim? Mentiste-me descaradamente, mas confiando que eu não iria compreender que o teu discurso era avesso aos teus sentimentos. Porém, confesso, achei imensa graça ao facto de dizeres uma coisa, mas sentires outra. O problema é que, por mais que domines a arte das palavras, os teus olhos denunciam-te. E sem piedade. Por isso, quando olhaste para mim e respondeste que não, eu sosseguei. E mais certezas tive assim que pousaste a tua cabeça sobre o meu peito, como se me pedisses para não acreditar no que tinha acabado de ouvir. E eu não acreditei»
Fotografia da minha autoria
Coisas que não compreendo: Pessoas que, em Portugal, não têm qualquer interesse por locais/monumentos históricos, mas quando viajam para o estrangeiro não perdem um único detalhe, desde museus a igrejas, passando por todas as paragens turísticas e pelas menos exploradas.
Fotografia da minha autoria
«A incoerência não está numa mudança de opinião, mas sim na mudança de princípios»
A hipocrisia da sociedade transcende-me. E, infelizmente, não para de me surpreender - pela negativa, claramente. Porque preocupa-me e angustia-me a mesquinhez e a dualidade de critérios, tão ténue e ultrapassável, dependendo das pessoas e das circunstâncias. O nosso bom senso e o nosso sentido de justiça não deveria ser móvel. Empático sim. Mas nunca modificável. Afinal, de quanta integridade somos feitos? Em alguns, sinto, a resposta situa-se abaixo de zero. É lamentável!
«Não tires ilações do que pareço
Que eu nunca esqueço o que vais dizer
Se há coisas mal resolvidas
É melhor cantar
Melhor pensar que fazer
Fotografia da minha autoria
... Barcos/Navios/Caravelas/Naus!
[A minha alma de viajante, ainda que terrestre, não deixa de se fascinar com outros meios de transporte. E só isso explica o porquê de me perder de amores por alguns aquáticos. Por isso, portos e marinas são uma paragem obrigatória quando exploro novos lugares - e os antigos também. Não importa a quantidade de vezes que vá a Baiona, por exemplo, porque irei sempre regressar a casa com mais um conjunto de registos do seu porto. E o mesmo acontece na Douro Marina. Na Afurada. Em qualquer zona piscatória. Ou cais. Quando tive a oportunidade de ir ao Porto de Leixões, fotografar para um trabalho de Geografia, fiquei em êxtase. E esta sensação repetiu-se quando visitei o Navio-Museu de Santo André, a Carabela La Pinta e a Nau Quinhentista. É difícil colocar em palavras a comoção arrebatadora que sinto a observar estes pedaços de história. De liberdade. De vida].
Fotografia da minha autoria
«Não importa a cor do céu»
Um pedaço de céu
Em retalho
Cor de calma
A desbravar
Em luz
A efémera certeza
Da minha liberdade
Fotografia da minha autoria
«Numa fase em que o ciclo de vida natural está alterado, é preciso pôr em marcha uma missão de salvamento do planeta Terra»
A literatura infantil e juvenil tem desbravado lugares abandonados na minha estante. Não só por consequência direta da minha área de formação - Educação Básica na licenciatura e Educação Pré-Escolar no Mestrado -, mas também por acreditar que tem narrativas maravilhosas e poderosas, que nos transportam para realidades paralelas, ao mesmo tempo que nos ensinam de uma forma leve, descomplicada, porém, consciente. E, naturalmente, pesa bastante quando são escritas por autores de referência, cuja versatilidade se torna evidente, como é o caso de Miguel Sousa Tavares [aqui e aqui].
Ainda te lembras do dia em que nos conhecemos? Nunca acreditei nas coincidências do destino, confesso, mas aquele momento à filme, em que os nossos olhares se cruzaram e se fixaram, mudou-me para sempre. E mesmo sem saber a tua resposta, senti que estávamos em sintonia. A probabilidade de termos amigos em comum não era assim tão irrisória, mas reunirmo-nos todos, por acaso, no mesmo espaço, já tinha a sua quota parte de improvável, sobretudo, por temo-lo feito num local distante. Em qualquer rua do Porto seria aceitável. Em Salamanca, dava para colocar as situações em perspetiva.
Fotografias da minha autoria
«(...) reúne leitores e estimula uma enorme rede de relações artísticas e literárias,
numa profusão de pulsares»
Os Jardins do Palácio de Cristal são um dos meus lugares favoritos no Porto. Pela beleza. Pelo passado. Pelos diversos espaços. Pela paisagem envolvente. Pela ligação. Pela tranquilidade. Sinto que os seus recantos escondem sempre histórias novas, para além de nos aconchegarem com as antigas. Por isso, faz-me tão bem regressar e palmilhá-los. E reservar-lhes algumas palavras e registos fotográficos [aqui, aqui e aqui]. É por toda a magia que irradiam que acredito que não há melhor palco do que este para abraçar um dos eventos mais carismáticos da cidade: a Feira do Livro.
Fotografia da minha autoria
«Serei navio sem me ancorar»
A série Morangos com Açúcar celebrou, recentemente, 15 anos. A 30 de agosto de 2003, «Pipo e Joana apaixonaram-se e inaugurou-se um novo capítulo da ficção televisiva em Portugal». E este formato, que conquistou um vasto público, marcou toda a minha adolescência. Foram nove temporadas, inúmeras ligações, romances, dramas, peripécias e atores - alguns de renome e vários desconhecidos - que entraram em minha casa, ao final do dia, envolvendo-me nas suas vidas.
«A Bela pediu-me para seguir em frente
Com tanto para mostrar, ficamos com tão pouco
Que eu perdi o meu coração na noite
Eu perdi-o não sei bem aonde
Fotografia da minha autoria
... Flores!
[Adoro observar, cheirar e fotografar flores. Para além de toda a sua beleza, conferem uma vida completamente diferente ao ambiente que preenchem. No Perdições #6, enumerei aquelas que mais me fascinam, mas dentro desse grupo, sem qualquer dúvida, as que se evidenciam são os amores-perfeitos, os jasmins, as camélias brancas, as rosas de Santa Teresinha e os girassóis. É um privilégio ter um pequeno jardim e contemplar a explosão de cor e de aconchego. Em casa não podem faltar]
Fotografia pessoal
A Teresa Isabel Silva [Ontem é só Memória], em Maio, desafiou-me para responder a uma nova tag: 25 perguntas aleatórias. No entanto, senti necessidade de abordar outros temas, por isso, guardei-a na gaveta. Mas não me esqueci. E agradeço, uma vez mais, o facto de se ter lembrado de mim - ainda que, posteriormente, demore a publicar o meu contributo. A regra é simples: responder com toda a sinceridade. E, tal como o nome deixa antever, não há um fio condutor. Acompanham-me?
Fotografia da minha autoria
«(...) grandes homens de cultura e que primaram pela interligação fundamental entre a palavra e a música patente nos três ciclos de canções sobre poesia de Eugénio de Andrade, que Lopes-Graça compôs, bem como num diálogo muito mais vasto que a correspondência entre ambos»
A literatura não se encerra nas palavras. Assim como todas as expressões artísticas conseguem sempre ser mais do que a área que abraçam. Aliás, ainda que tenham todo o mérito em separado, uma vez que nos emocionam com as suas características distintas, é a articulação entre elas que potencia uma valorização acentuada, na medida em que exploram novas vertentes. E é interessante compreender como a sucessiva fusão de ideias permite estabelecer uma ponte entre as várias artes. É por isso que a conversa intimista entre a escrita e a melodia não me parece improvável. Parece-me, sim, inevitável. E fundamental.
Entrei em casa - no nosso eterno refúgio -, pousei a carteira no alpendre e fui sentar-me no baloiço que construímos no jardim. Lembro-me tão bem desse momento. Aliás, quase que ouço a tua gargalhada. E podia jurar que consigo observar o teu ar confuso, a analisar a minha fraca competência para a bricolage. Definitivamente, os trabalhos manuais não eram o meu forte, mas tu insististe que este momento teria que ser feito a dois. Nem que demorasse um ano. Porque, no final, teria um significado muito mais especial e intimo - como sempre, tinhas razão!
Fotografia da minha autoria
«Estou de férias. Volto assim que me encontrar»
As minhas férias são sempre em família. É assim que me faz sentido. E, confesso, pesa-me o coração ao pensar que, possivelmente, em algum momento da nossa vida, isso deixará de ser compatível. No entanto, não permito que essa ansiedade influencie a paz que sentimos nesta constante descoberta a três. Sou muito feliz em viagem. E sei que o grande motivo disso é ter ao meu lado os melhores companheiros do mundo: os meus pais.
Fotografia da minha autoria
«Ninguém sustenta duas caras por muito tempo»
Eu não sou quem tu pensas. Porém, insistes que me conheces, que me desvendas, que sabes que isto é só uma fachada de proteção. Por isso, permaneces perto. E segues um caminho tortuoso e sem retorno.
«Não há mais tempo
Para se enfurecer
Forte e frágil
Foi o nosso ser
É que, de facto,
Foi tão bom te amar
Tão parecidos
Nascidos no mesmo tom
Fotografia da minha autoria
... Maracujá!
[A flor é lindíssima e o fruto saboroso. Maracujá sabe-me a infância e à casa dos meus padrinhos, porque os tinham em abundância e ofereciam-me sempre que os visitava. E como devia ser das poucas a deliciar-me com esta iguaria, sobrava muito mais para mim. Entretanto, deixaram de ter e, há umas semanas, tive que comprar meia dúzia só para matar as saudades. É das minhas frutas favoritas. E tanto gosto de a comer simples, como aprecio misturá-la no iogurte ou, então, nas panquecas. Apesar das diferentes espécies terem vários benefícios, ainda só provei o roxo, mas quero experimentar as restantes. É que o maracujá cai sempre bem e não lhe resisto - nem quero]
O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá