#4 Da Categoria

Fotografia da minha autoria

Coisas que não compreendo: Pessoas que, em Portugal, não têm qualquer interesse por locais/monumentos históricos, mas quando viajam para o estrangeiro não perdem um único detalhe, desde museus a igrejas, passando por todas as paragens turísticas e pelas menos exploradas.

É verdade que não partilhamos os mesmos gostos - e não existe irregularidade nisso -, mas verifico uma certa incoerência neste tipo de postura. Porque se não me interesso pelo lado cultural do meu país, como é que isso se altera só por ir para fora? Pessoalmente, sempre me fez mais sentido conhecer bem as minhas origens e só depois partir à descoberta de novos lugares. Claro que há oportunidades imperdíveis, mas nem é esse aspeto que me incomoda, é mesmo a discrepância no comportamento. E sinto que esta particularidade não se equipara à tendência de sabermos mais sobre a terra dos outros e menos sobre a nossa, uma vez que, nesse caso, sobressai algum comodismo e garantia: como vivemos naquela zona, sentimos que a qualquer momento nos podemos perder nos seus recantos. O primeiro contexto, na minha perspetiva, relaciona-se com uma desvalorização do que é nacional em oposição a uma sobrevalorização internacional. Como se fosse mais importante mostrar o que se viu em grandes países/grandes cidades estrangeiras, porque são melhores, de qualidade e dignas de apreciação. O mais curioso é observar, posteriormente, a admiração estampada no seu rosto quando decidem dar uma oportunidade ao seu país e se deparam com sítios de igual beleza e valor.