Sete // Paragens Turísticas

Fotografia da minha autoria

«A melhor coisa da vida é conhecer novos lugares»

A possibilidade de regressar a lugares onde senti o meu coração pleno, apesar do risco que lhe associam, desperta-me sempre o lado mais emocional da minha personalidade, levando-me numa travessia única ao passado e às memórias que resistiram à passagem do tempo. No entanto, há um vínculo entusiasmante quando palmilhamos caminhos desconhecidos, principalmente, quando figuram na nossa lista de sonhos antigos. Porque esta sensação de concretizar o que ambicionamos - independentemente da sua natureza - é indescritível.

É certo o quanto pretendo conhecer Portugal de Norte a Sul, pois, por mais que me repita, temos um país maravilhoso, com inúmeros recantos encantados. Cheios de história. De inspiração. E de traços únicos. Sendo capazes de nos proporcionar sempre experiências distintas. Sou uma privilegiada por ter muitos destinos na bagagem - e no coração. Mas ainda há muitos outros para desbravar. E quanto mais conheço, mais quero conhecer. Embora isso possa causar uma certa ansiedade, uma vez que nem sempre a disponibilidade acompanha a vontade, desperta-me com mais peso o desejo de aproveitar cada oportunidade que surge para agarrar a mochila e seguir viagem.

Há vilas e cidades que gritam o meu nome. E existem, igualmente, pontos no seu interior que me movem com mais aceleração, requerendo uma visita quase obrigatória. Apesar da infinidade de opções que assumem um grande interesse na minha curiosidade, há sete paragens turísticas que se apresentam na liderança.

Palácio da Bolsa // Porto: É uma vergonha, reconheço, estar tão perto e ainda não ter visitado este espaço emblemático. Mas, em minha defesa, pretendo mudar essa condição ainda este ano. «Este edifício de estilo neoclássico começou a ser construído a 6 de outubro de 1842, data solene da colocação da primeira pedra». Sediando a Associação Comercial do Porto, o Palácio da Bolsa é uma «autêntica sala de aulas ao vivo», com vários compartimentos para nos perdermos de encantos.

Palácio da Pena // Sintra: Erguendo-se «sobre uma rocha escarpada, é o segundo ponto mais alto da Serra de Sintra». E localiza-se «na zona oriental do Parque da Pena, que é necessário percorrer para se chegar à íngreme rampa que o Barão de Eschwege construiu para se aceder à edificação acastelada. O Palácio propriamente dito é constituído por duas alas: o antigo convento manuelino da Ordem de São Jerónimo e a ala edificada no século XIX por D. Fernando II. Estas alas estão rodeadas por uma terceira estrutura arquitetónica, em que se fantasia um imaginário castelo de caminhos de ronda com merlões e ameias, torres de vigia, um túnel de acesso e até uma ponte levadiça».

Serra do Buçaco: É um «monumento nacional desde 1943». E foi classificado por «botânicos como um dos melhores arboretos da Europa e por poetas como o altar da natureza». No seu interior é possível encontrar «cerca de 700 espécies de árvores - exóticas e indígenas». Além disso, «ao percorrermos as suas veredas, em passeios pedonais, estaremos em plena floresta amazónica ou na Tasmânia, caminhando pelo Vale dos Fetos». Note-se que o Palácio Hotel é, também, um ponto central. E não deixem de ler a partilha de Filipe Morato, que escreveu sobre a sua experiência Por Entre as Brumas da Mata do Buçaco.

Bacalhôa Buddha Eden // Bombarral: É na Quinta dos Loridos que se encontra «o maior jardim oriental da Europa». E foi criado em protesto contra a destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, naquele que foi um dos maiores actos de barbárie cultural, apagando da memória obras-primas do período tardio da Arte de Gandhara». Entre «budas, pagodes, estátuas de terracota e várias esculturas cuidadosamente colocadas entre a vegetação», a escadaria central é o ponto focal do jardim, abrindo as portas de um espaço singular.

Museu Nacional do Azulejo // Lisboa: Este edifício tem uma missão valiosa: «recolher, conservar, estudar e divulgar exemplares representativos da evolução cerâmica e do Azulejo em Portugal, promovendo as boas práticas de Inventariação, Documentação, Investigação, Classificação, Divulgação, Conservação e de Restauro». Em simultâneo, pretende salvaguardar o património «da igreja e dos demais espaços do antigo Mosteiro da Madre de Deus».

Museu do Brinquedo Português // Ponte de Lima: Instalado na Casa do Arnado, junto à ponte romana, é constituído por uma exposição permanente, que nos «leva numa viagem pelos fabricantes portugueses, desde os finais do século XIX até 1986. No primeiro andar, a disposição por décadas permite uma noção de fabricantes, técnicas de fabrico, matérias-primas e distribuição geográfica das industrias portuguesas». Assim, convida-nos a visitar «os guizos de folha de flandres, os baldinhos de praia em madeira, as bonecas de pasta de papel, as camionetas, os barcos, os comboios, os triciclos e os carros a pedais. O percurso continua, passando pelo jardim e acedendo à Sala das Brincadeiras, à Oficina do Brinquedo e à Sala de Exposições Temporárias». No final, saindo pela loja, poder-se-á encontrar «verdadeiras raridades e levar para casa brinquedos únicos».

Livraria Ler Devagar // Lisboa: Fundada em 1996, no Bairro Alto, «introduziu um conceito novo de livrarias como locais de encontro e de debate de ideias, de leitura, de manifestações artísticas e de comércio de livros». Com muita história, metamorfoses e identidade, é mesmo um espaço a não perder de vista.

Que paragens turísticas gostariam de conhecer?