Sete // Instrumentos Musicais

Fotografia da minha autoria

«Somos instrumentos musicais que vibram 

conforme o conteúdo da nossa mente»

O nosso coração é revestido de gavetas. E cada uma delas compartimenta o que somos e as paixões que nos movem. Dentro de mim, a música respira em liberdade. Define-me. E acompanha todos os meus passos. Porque as melodias tiveram, desde sempre, um grande impacto no meu crescimento e, até, na formação do meu caráter. Apesar de não pertencer a uma família de músicos, o que poderia justificar esta relação tão umbilical, é uma arte que me embala.

As aulas de Educação Musical eram, portanto, uma das minhas prediletas, sobretudo, quando tínhamos a possibilidade de explorar vários instrumentos, pois havia um traço de magia nesta exploração. Naturalmente, nem todos me provocavam a mesma curiosidade e sensação de conforto. Mas era uma experiência engraçada. Com muita pena minha, não passei ao lado de uma grande carreira. Porém, lamento não ter pensado mais cedo na possibilidade de ter aulas particulares, nas quais poderia adquirir e aperfeiçoar a técnica certa. Embora não tivesse a pretensão de seguir um caminho que não fosse de lazer, pelo menos, usufruiria de inúmeras conquistas, a começar pela superação pessoal. Vou deixar a porta entreaberta.

Há uns meses, a Cláudia S. Reis [Marés] desafiou-me a partilhar os instrumentos musicais que gostaria de aprender a tocar. Tenho sete. Todos tão diferentes. E, ainda assim, tão similares no meu fascínio.

Guitarra: É a minha paixão mais antiga. Adoro o som, o dedilhar das cordas e a sensação de conforto. Porque a associo a momentos entre amigos, à irresistível versão acústica das canções e ao fado.

Piano: É a elegância singular, quer na melodia, quer na postura requerida. Fico sempre sem palavras, uma vez que há uma delicadeza profunda, mesmo que a interpretação seja intensa.

Harpa: Transmite paz. E uma energia harmoniosa. Talvez ative o meu lado mais melancólico, mas acho o som altamente inspirador.

Saxofone: Tinha um vizinho e amigo de infância que tocava - e toca - saxofone. E houve muitas tardes em que o som dos seus ensaios invadiu a minha casa. A identidade tímbrica tornou-se familiar, ao ponto de me despertar este interesse em aprender.

Violoncelo: Foi através de Área de Projeto que tive a oportunidade de assistir a uma aula particular deste instrumento, na Escola de Música e Artes Alfredo Graça [EMAAG]. E fiquei rendida à sonoridade quente e aconchegante. Naquele momento, queria ser eu do outro lado, com tanta segurança e paixão, a mover o arco sobre as cordas.

Bateria: É, possivelmente, a manifestação mais livre e que me obrigaria a sair bastante da minha zona de conforto. Mas adorava, até pelo exteriorizar de múltiplas sensações.

Pandeireta: Se pertencesse a uma Tuna, seria a minha escolha, porque fico sempre entusiasmada na parte em que adquirem protagonismo em palco. O espetáculo fica logo com outra dinâmica e encanto. E o meu primo é o grande responsável pelo nascer desta minha paixão.

Que instrumentos musicais gostariam de aprender a tocar?