Quero #31

Fotografia da minha autoria

A Revista Coliseus & Os Tvgas

A 27 de outubro de 2017, vivi um dos momentos mais mágicos da minha vida: o concerto do Diogo Piçarra no Coliseu do Porto. Esta sua conquista - consequência de todo o talento que o caracteriza e do seu trabalho árduo, que não o permite descurar dos seus objetivos -, foi também minha, porque tive a oportunidade de estar presente e de assistir a este sonho a ganhar forma.

Um ano depois, continuo sem ter as palavras certas para descrever o espetáculo magnífico que ele construiu, partilhando o palco com nomes que faziam todo o sentido, até pela participação no álbum Do=s. E num espaço tão emblemático! Foi avassalador, no melhor sentido possível. Olhar à minha volta e ver a sala cheia foi arrepiante e aconchegante. Ouvir cantar em uníssono e sentir todas as emoções à flor da pele foi uma partilha bastante especial. Ali, entramos num ambiente paralelo. Fascinante. Surpreendente. Sobressaindo a vontade de parar o tempo. E de ficar, para sempre, naquela espécie de abraço musical. Há ocasiões que, por serem tão significativas, gostaríamos de reviver. Para mim, esta seria uma delas. E, agora, vou poder fazê-lo, porque o Diogo é uma autêntica caixinha de surpresas. A partir do dia sete de dezembro, estará disponível uma revista sobre os Coliseus - Porto e Lisboa -, com fotografias inéditas e com duas ofertas especiais: um CD e um DVD, que contêm, para além de fragmentos destes dois grandes concertos, marcos posteriores. Mal posso esperar para ter a minha!  

A música é a sua essência, mas trata as palavras com uma familiaridade comovente e inspiradora. Por isso, também tenho na minha lista de desejos o segundo livro da Coleção Reinventar, Os Tvgas, na qual, à semelhança do que aconteceu com Diogo Piçarra em Pessoa, onde reinterpretou a poesia pessoana, levará o leitor a «ingressar numa viagem íntima do autor pela obra camoniana». São cinco os séculos que separam Piçarra de Camões. E, no entanto, conseguirá estabelecer uma ponte entre o passado e o presente, desbravando novos mundos e dando a conhecer «portugueses e portuguesas que partiram de Portugal». Os Lusíadas são «um desafio exigente», mas têm uma mensagem riquíssima e de extrema importância. E, acredito, com o olhar moderno do Diogo será possível desmistificar alguns dos seus Cantos, ao mesmo tempo que ficaremos a conhecer personalidades brilhantes, talvez anónimas, em áreas distintas de conhecimento.

É por de mais evidente o orgulho e a admiração que tenho nele, enquanto artista e enquanto ser humano. Por isso, estou atenta ao seu percurso e tenho todo o gosto em adquirir e preservar, nas minhas estantes, os seus trabalhos, sejam eles de que natureza forem. O Natal vai-se aproximando em passos apressados. E eu já escolhi dois mimos para me oferecer.