Gira-discos | Panic! At The Disco

Fotografia da minha autoria


«Had to have high, high hopes for a living»


O meu traço saudosista leva-me a embarcar em viagens muito distintas. E é bastante frequente requisitar um bilhete musical que me faça regressar a temas, cantores e bandas que tiveram impacto em grande parte do meu percurso. Alguns fizeram sentido numa fase muito específica. Outros continuam a acompanhar-me. E ainda há aqueles a quem disse, sem saber, um até já. Acredito que existem reencontros especiais, que só são possíveis quando refinamos a nossa maturidade e conhecemos as nossas preferências em pleno. Porque, por mais desvios que a nossa rota sofra, há músicos que terão sempre lugar em nós.

Um dos grupos que mais marcou a minha adolescência foi Panic! At The Disco. Temas como I Write Sins Not Tragedies, But It's Better If You Do e Build God, Then We'll Talk ecoavam pela minha casa em constantes repetições. Porque identificava-me com a sonoridade e a originalidade. E porque sentia que tinham, enquanto artistas, talento suficiente para se tornarem relevantes neste panorama musical. E a verdade é que alcançaram um público vasto e fiel. No entanto, sem que existisse essa intenção, afastei-me e perdi contacto com o seu trabalho. Muito provavelmente, foi na altura em que compreendi que era a música portuguesa a minha identidade mais inspiradora. Por isso, deixei alguns nomes em suspenso. Mas há coincidências incríveis, porque, ao escutar High Hopes pela primeira vez, detetei uma familiaridade que ainda não sou capaz de explicar, como se nunca lhes tivesse perdido o rasto. Assim que descobri que era dos P!ATD, soube que este cruzamento não poderia ser inocente. Se calhar, vejo sinais que não existem. Porém, esta ocasião foi crucial para me reaproximar de uma banda que, afinal, nunca deixou de ser uma parte de mim - só estava adormecida.

Após uma breve pesquisa, explorar o álbum mais recente foi um passo natural. E, bem, que explosão de sensações! Pray For The Wicked é grandioso. É frenético. É teatral. É espiritual. E contém uma mensagem profunda, plural, com experiências pessoais, que nos desarma e que nos torna parte de um conceito maior. Além disso, transparece uma honestidade cativante, alternando entre a agitação, a urgência e a melancolia. E se, por um lado, aparenta uma musicalidade mais caótica - no ritmo -, o certo é que, por outro, apropriou-se de uma coerência sublime. Em simultâneo, acredito, revela a metamorfose que abraçaram, sem perderem a essência que tanto os caracteriza. A criatividade que marca todo o disco é inegável. E fez-me apaixonar novamente pelo seu estilo. Passei demasiado tempo longe do seu cariz dramático, atrevido e cheio de pertinência. Mas estou pronta para recuperar o que perdi. E esta viagem alucinante conversa diretamente com o meu coração.

Os Panic! At The Disco concluem Pray For The Wicked com uma faixa brilhante - Dying in LA -, que corrobora a genialidade e a versatilidade da banda. E que complementa a energia do álbum, tornando-o mais significativo e com uma referência de máxima importância, até por nos puxar para a realidade. As melodias dançáveis, apesar de tudo, não escondem as letras inteligentes, cruas e eletrizantes, que nos fazem refletir sobre algumas questões. E ainda bem! Tê-los reedescoberto foi uma dádiva. E tenho a certeza que farei por mantê-los perto. Embora tenhamos crescido muito neste interregno, a minha jukebox ficou mais plena com a presença deles. Se fechar os olhos, quase que consigo rever-me, há uns anos, a vibrar com os seus primeiros temas. Mas, de volta ao presente, sei que regressaram no meu momento certo. Deixem-se contagiar. A mim já me [re]conquistaram!

Comentários

  1. Gostei e ja tenho a playlist a tocar :)
    Uma curiosidade: eles vao actuar em breve ca em Londres no O2 Arena :)
    Beijinhos
    PS: Nao posso por isto muito alto para o Lu nao ouvir as asneiras lol
    https://matildeferreira.co.uk/

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  2. Gosto de panic at the disco!. costumava ouvir muito quando era mais nova e agora as vezes ainda oiço de vez em quando!

    Aproveito para te convidar a visitar o meu novo projeto - Table for two. É um blog (em portugues!) sobre comida e onde comer. Acho que vais gostar! O meu primeiro post é sobre a Amélia!

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    1. Têm um estilo inconfundível *-* houve uma fase em que, inconscientemente, me desliguei do seu percurso, mas agora estarei mais atenta

      Passarei por lá :)

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  3. O que terá sempre lugar em nós,
    acompanha-nos para toda a parte
    na sua companhia não estamos sós
    reflectindo da existente realidade!

    Tenha um bom fim de semana Andreia, com sol da Primavera!

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  4. Confesso que não conhecia, mas vou tentar conhecer um pouco mais
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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  5. Eu conheço a banda mas de cabeça não sei identificar nenhuma música. Mas eu sou daquelas pessoas que tu dizes "ah conheces a musica tal da pessoa tal" e eu fico a olhar para ti como se tivesses a falar chines, depois começas a cantar e afinal sei a música toda.
    Fazer o quê? Sei as personagens todas de livros que li há anos mas não faço ideia dos cantores que oiço :X

    Sonha mas Realiza

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    1. Às vezes também me acontece, porque não consigo associar a música em si àquele nome. Mas depois de ouvir torna-se óbvio :p
      Muito bom ahahah

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  6. Apesar de não ser muito o meu estilo, gostei do que ouvi. Obrigada pela partilha.

    Beijinho grande!

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  7. Não conheço nem vou tentar conhecer.

    O que me encanta é a excelente encenação da fotografia:-*

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  8. Nós não conhecíamos a banda, mas ficamos com a pulga por detrás da orelha , vamos procurar...

    Beijinhos :D

    http://damselme.blogspot.com/?m=0

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  9. Não conheço nenhum :( sabes linda, nunca fui muito apreciadora de musica, nem tenho um cantor/a preferida, gosto de alguns é claro, Madona, Leona Lweis, Pink Floyd e Carlos Paredes.
    Beijinho Linda.

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    1. Por acaso, sempre foi uma área que me fascinou :)

      Beijinho grande, minha querida

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  10. Não era o que ouvia mais, mas conheço e já não ouvia há muito muito tempo, pois nem sabia que essa música (High Hopes) era dos mesmos :p

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    1. Também estive muito tempo sem os ouvir. E foi a High Hopes que despertou este amor antigo :)

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  11. Por acaso nunca segui atentamente o trabalho deles mas algumas das músicas desta banda fizeram parte da banda sonora da minha adolescência.

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  12. Confesso, que não os conhecia... pelo que mais daqui a pouco, farei uma pesquisa, para me inteirar melhor, das suas músicas...
    Beijinhos
    Ana

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