Sou feita de saudades

Fotografia da minha autoria

«Senti saudade. Sem ti, saudade»

Hoje, vesti-me de saudade. Cobri-me dela, como quem se envolve do frio com uma manta. Aconcheguei-me no seu enlaço e deixei-me afogar em nostalgia. Porque há muitas zonas cinzentas nesta vida que se ambiciona a preto e branco.

Sinto saudades...

... do colo da minha avó. E da sua voz, já tão distante;

... das férias pelo Alentejo;

... de entrar no estádio do Dragão. E de sentir a emoção inebriante de ver o meu mágico Porto a jogar;

... da ESE. Da [nossa] mesa do bar. Das pessoas que se sentavam ao meu lado e que sempre me fizeram sentir em casa;

... das manhãs a jogar às cartas, antes das aulas;

... do meu afilhado quando ainda era bebé;

... das férias em Monte Real;

... de pessoas com quem me cruzei na blogosfera - P' e Paulo, principalmente - e que a tornavam mais especial;

... do trabalho de Área de Projeto, onde vasculhamos Os Segredos Atrás das Artes - que privilégio!;

... de uma infinidade de memórias que sustentam a minha identidade.

Não vivo no passado. Mas esta constante transição relembra-me de onde parto e onde pretendo chegar. Por isso, estou assim: num estado de saudosismo profundo, mas sem perder o norte. E com a certeza de que cada circunstância é a minha seta: recuo para conquistar impulso. E avanço com mais força. Com mais determinação. E com mais amor.