FEIRA DO LIVRO // PORTO, 2019

Fotografia da minha autoria

«Gostávamos que partilhasse o nome do livro 

que lhe ficou na memória»

O Natal, dizem os entendidos, é quando a humanidade quer. E o meu chega, quase sempre, em setembro, embrulhado num dos melhores eventos da cidade do Porto: a Feira do Livro. Houve edições em que apenas fui passear para os Jardins do Palácio de Cristal, absorvendo o ritmo frenético, os olhares atentos e toda a atmosfera literária dos inúmeros pavilhões. No entanto, nos últimos anos, tenho procurado investir naqueles exemplares que se mantêm alicerçados na minha lista interminável. E, para 2019, adotei o mesmo plano de ataque.

Só tive oportunidade de comparecer na última data. Porém, fiz uma pesquisa prévia, que me permitiu perceber quais seriam os Livros do Dia. E foi de sorriso largo que vi três títulos que tanto gostaria de acrescentar na minha estante. A verdade é que, apesar dos descontos associados, nem sempre compensa investir na Feira do Livro e é importante compreendermos isso mesmo. Claro que este aspeto pode não constituir um problema, mas se o objetivo for conseguir poupar, então, temos que estar em sintonia com as ofertas, fazendo uma gestão consciente. Assim, depois de identificar as obras que pretendia, comparei preços. Estabeleci o meu orçamento para esta ocasião. E fui-me divertir para a Avenida das Tílias, acabando por ser surpreendida.

No total, fazia intenções de adquirir três livros, mas regressei a casa com cinco: A Amiga Genial [Elena Ferrante], Mataram a Cotovia [Harper Lee], Sapiens: História Breve da Humanidade [Yuval Noah Harari], A que sabe a lua? [Michael Grejniec] e Feminismo para os 99% [Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya & Nancy Fraser]. Naturalmente, encontrei mais obras interessantes e que não me importava que também viessem no meu saco d' O Principezinho, mas mantive-me focada no meu propósito. Não visitei todas as bancas - até para não me tentar -, contudo, despedi-me bastante satisfeita, porque sinto que compensou ser comedida. E ir de lista traçada, embora fosse fácil memorizar as compras que tinha idealizado. Para quem é apaixonado pela leitura, permanecer muito tempo nestas iniciativas é perigoso. Mas há uma linguagem que todos entendemos - e partilhamos. E que nos renova, garantindo um reencontro em edições futuras.

Contas feitas, por estes cinco livros, paguei 52,34€, em vez de 84,89€. Desde que passei a estar mais atenta aos Livros do Dia, a poupança tem sido mais significativa. E, caso não me falhe a memória, esta foi a vez em que poupei mais. Portanto, fechei com saldo positivo, acolhendo narrativas distintas, que me possibilitarão crescer ainda mais. E isso só pode ser especial.