2018 | 12 Meses, 12 Publicações

Fotografia da minha autoria

«Minha liberdade é escrever»

O ano passado, já na reta final e em jeito de despedida sentimental, deixei-me inspirar pela abordagem da Cherry [Life Of Cherry] e selecionei as 17 publicações que mais gostei de escrever em 2017. Foi um desafio complicado, mas gratificante na mesma medida. Porque me permitiu revisitar todo o conteúdo partilhado nestas gavetas e ter uma noção da minha evolução. Por esse motivo, decidi reaproveitar a ideia original, porém, atribuindo-lhe uma nova dinâmica.

Sinto que 2018 me levou por caminhos distintos. E que me deu espaço para explorar temáticas mais introspetivas, analisando-as com um sentido crítico vincado e empático. Abri as portas deste lar virtual a desafios de escrita, com o 1+3, da Carolina [Thirteen]. E tive o privilégio de ser convidada para celebrar o Dia Mundial do Livro [e dos Direitos de Autor], através da iniciativa criada e promovida pela Sofia Costa Lima [A Sofia World]. Regressei, um pouco, à essência do blogue ao partilhar vários projetos culturais, como Avenida Q, o Festival da Canção, a Feira do Livro, Erro Crasso e Roda Bota Fora. E escrevi sobre séries, como La Casa de Papel, e sobre filmes - The Shape Of Water e Millennium 2 & 3. Dividi autoria. Encarnei outras personagens, com a Identidade Cruzada. Perdi o medo e publiquei uma história. E dediquei-me mais à poesia. As gavetas são, sem qualquer dúvida, a minha casa encantada. Porque despertam o meu lado criativo. A inspiração nem sempre nos acompanha, mas acredito que ter um ritmo regular lhe fornece ferramentas seguras. Ademais, tenho plena consciência de que aumenta a minha vontade de produzir, de arriscar, de atribuir forma aos pensamentos que fervilham na minha imaginação. Sou movida por tantas paixões, que explorá-las por palavras é criar um argumento em que me faz sentido ser protagonista, ainda que os textos vão muito para além de mim.

Há sempre uma parte do que sou em cada partilha. E esse é o mote para publicar. Não porque tudo tenha que girar em meu redor, mas porque tenho que me rever, tenho que sentir que corresponde ao que idealizei. Nunca me fascinou o lado ausente de uma produção em massa. Muito contrário, atrai-me o coração atrás de cada conteúdo escrito. É assim que me guio. E defendo que é possível fazê-lo sempre, desde que nos coloquemos inteiros. O ritmo deste ano foi docemente frenético. Porém, no meio de todas as minhas publicações, houve 12 que se destacaram.

Janeiro: Fugiram de Casa de Seus Pais junta dois protagonistas que admiro - Miguel Esteves Cardoso e Bruno Nogueira. Neste projeto televisivo inovador e surpreendente, somos envolvidos numa conversa de circunstância, que privilegia o prazer puro de trocar ideias, sem formalidades e sem guiões. E sobre os mais variados temas. Além disso, tem um cariz muito próximo. E grande parte de mim, secretamente, pede para haver uma segunda temporada.

Fevereiro: O sete é o meu número favorito. E criar a semana das sete coisas foi algo que me deu imensa satisfação. No segundo mês do ano, coloco em evidência os meus 7 clássicos da literatura. Porque acho importante desmistificar o peso que esta designação tem nas nossas leituras e porque nem todos partilhamos os mesmos gostos. Há parâmetros que nos permitem catalogar os livros com a denominação apresentada anteriormente, mas isso não é suficiente para nos identificarmos com a obra. Existem histórias incontornáveis e, se calhar, clássicos imperdiveis, mas cada um de nós tem os seus.

Março: Escrevi E Tu Já Foste Flor para celebrar o Dia Internacional da Mulher. E, modéstia à parte, foi um dos poemas mais bonitos que publiquei. Claro que esta última parte é bastante subjetiva, mas sinto que tem um traço especial, por isso, ocupa um lugar no meu coração.

Abril: Perdoem-me o egoísmo, mas o meu mês teve várias publicações maravilhosas, que me aconchegaram a alma. Mas a escolha não podia ser mais obvia! As gavetas abertas encerraram duas semanas de festa, onde vários bloggers aceitaram o repto de escrever uma publicação para esta minha casa virtual. Sem rede, sem tema, sem limites, abordaram o assunto que mais lhes fez sentido e deixaram-me sem palavras. Este foi o meu agradecimento.

Maio: Marcou o início de O nosso amor é como o vento. Hesitei muito antes de me decidir a partilhar esta história, mas ainda bem que avancei com a ideia. Relê-la e reescrevê-la proporcionou-me uma viagem sem igual. E nunca esquecerei a aceitação e o retorno de quem a leu.

Junho: Abracei o desafio da Carolina de peito aberto. E o primeiro tema contribuiu, ainda mais, para a relação saudável que quero manter com o meu corpo. Por isso, 1+3 | Uma Peça de Roupa: Uma Segunda Pele foi a publicação que mais impacto teve neste mês - pela mensagem, pelo meu crescimento e pela maneira como a abordei.

Julho: A Casa do João é uma revista de literatura infantil e juvenil gratuita, destinada a crianças, pais e educadores. Tem uma periodicidade trimestral e é dirigida pelo escritor João Manuel Ribeiro. Cruzar-me com este projeto foi uma honra, porque acredito que trabalhos desta natureza fazem toda a diferença na nossa evolução - individual e em sociedade -, principalmente, quando apresentam uma qualidade inegável e inspiradora.

Agosto: A valorização do eu e a preservação do amor-próprio não pode ser uma moda passageira. Tem de ser um estilo de vida. Inspirada pela Cátia Rodrigues [The Pink Elephant Shoe], abordei algo que nem sempre é fácil de partilhar, porque nos expõe. Este é o meu rótulo é um grito de guerra. É uma lembrança de força interior. E é a certeza de que seremos sempre muito mais do que certas etiquetas atribuídas pelos outros ou por nós.

Setembro: Criei as Inconfidências com o intuito de refletir acerca de assuntos que me inquietam. As mentes pequenas de uma [suposta] sociedade moderna assustam-me. Porque esta incoerência atrasa-nos a vários níveis. E recuso-me a compactuar com a hipocrisia que habita em algumas espécies de corações. Há uma grande diferença entre vivermos em comunidade e em sermos fotocópias. E é lamentável a falta de respeito pelo outro. Até quando teremos que reclamar algo que é nosso por direito?

Outubro: Foi com uma felicidade imensa que vi mais um projeto de Bruno Nogueira a conquistar espaço na grelha televisiva. Por mais suspeita que seja, Sara é uma das produções mais geniais de sempre. Portanto, Caixa Mágica | Sara marcou o penúltimo mês do ano no blogue. Até porque, em parte, foi para escrever sobre iniciativas assim que As Gavetas surgiram.

Novembro: A minha melhor amiga é uma das pessoas-luz que preservo no lado esquerdo do peito. Aprendo com ela diariamente e o seu sentido de comunidade é absolutamente inspirador. Há uns meses, partiu numa missão de voluntariado e senti que escrever As saudades que nos fazem perto seria a melhor maneira de celebrar a nossa amizade e o seu aniversário.

Dezembro: Neste mês que respira Natal, queria partilhar uma mensagem diferente. E como esta época é rica em magia, resolvi escrever sobre uma crença antiga. É que O [meu] Pai Natal existe e vivo muito mais plena por acalentar a sua essência.

Quais foram as publicações que mais gostaram de escrever? 

E de ler no blogue?